Eis o marco zero, o Big Bang da crise institucional que vivemos hoje:
Caso você tenha se esquecido, a foto acima registra o momento em que o Tribunal Superior Eleitoral divulgou o resultado da apuração na eleição para a Presidência da República em 2014.
Com 95% das urnas, a vantagem de Dilma Rousseff era irreversível.
Naquela sala do apartamento de Andrea Neves, apinhada de gente num domingo de outubro, destacam-se o apresentador Luciano Huck, o presidente nacional do DEM, Agripino Maia, e Aécio Neves, em estado de choque.
Aécio liderara até as 19h32, quando Dilma o ultrapassou. Estava reeleita.
Dias depois, inconformado, Aécio seria o grande articulador e símbolo do impeachment, aglutinando em torno de si o pior da política e da sociedade brasileiras — um Carlos Lacerda com muito mais fígado que inteligência, que também seria engolido pelo monstro que criou.
Ele acabaria no lixo.
Campeão de delações na Lava Jato, carta fora do baralho do PSDB, xingado de filho da puta numa manifestação que deveria ser sua na Paulista, seu papel na história é desprezível.
Hoje a Mesa Diretora do Senado rejeitou a determinação do ministro Marco Aurélio Mello de afastar Renan Calheiros. O mesmo Marco Aurélio que foi alvo de um pedido de impeachment do colega Gilmar Mendes.
Sabe Deus onde vamos parar. Mas uma coisa é certa: como nos encartes de CDs do século passado, cabe a dedicatória do Brasil a Aécio Neves: sem você, nada disso seria possível.
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