O bolsonarismo engambelou os especialistas em megaleilão. Por Moisés Mendes

Atualizado em 6 de novembro de 2019 às 17:09
An oil platform is temporaly stationed at Guanabara bay in Rio de Janeiro, Brazil, on June 8, 2017. / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA

 

O melhor do megaleilão do pré-sal são as explicações de analistas e especialistas bolsonaristas e de gente do governo para o megafracasso.

Já tem especialista e alta autoridade de Brasília dizendo que o fracasso foi um sucesso.

Daqui a pouco, o pacote de Paulo Guedes também vai fracassar, porque será desmontado pelo Congresso e sobrarão só os ossos e as pelancas. Mas os analistas e o governo também dirão que é assim mesmo. O bolsonarismo festeja fracassos com euforia.

As questões técnicas são quase irrelevantes no momento, considerando-se o tamanho do fracasso moral e político do que seria o megaleilão.

O governo levou 7 a 1 e fracassou ao avaliar mal o que poderia acontecer. E mentiu ao investir no marketing de que produziria um fato de repercussão internacional.

A grande imprensa, desinformada e cooptada, reproduziu a conversa de Paulo Guedes e dos animadores de auditório do leilão. Estados e municípios ficaram de boca aberta, porque não receberão o prometido.

Aparece agora no Globo, e só agora, que, “segundo especialistas, as negociações com estatal sobre compensações por investimentos já realizados começaram a travar há 10 dias”. Sempre os especialistas.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse: “Temos que avaliar por quê as estrangeiras não tiveram participação”. Ele acha que as áreas encalhadas podem ser oferecidas novamente ao mercado, informa a Folha.

Ora, até quem faz feira sabe que o rabanete encalhado pode ser comprado mais tarde. As petroleiras poderão fazer a feira na hora da xepa.

Mas se existirá xepa é porque não existiu competição entre compradores. O megaleilão foi um fracasso e não há como explicá-lo com especialistas diversionistas.

As petroleiras estão agora à espera do fim de feira para comprar cereja pelo preço do chuchu. O bolsonarismo engambelou os especialistas.