O caso Queiroz respingou na imagem do Einstein. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 12 de janeiro de 2019 às 19:04
Queiroz dança no Einstein

O caso Queiroz respingou na reputação do Einstein, um dos hospitais mais respeitados — e caros — do Brasil.

Em novo vídeo divulgado pela família, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro diz que a gravação da dancinha aconteceu porque ele quis dar “cinco segundos de alegria a uma tristeza que se tomava (sic) dentro da enfermaria”. 

Para um convalescente, aparece com a voz firme, forte, sem qualquer sinal de debilidade.

Declara-se revoltado com a circulação das imagens.

“Estão dizendo que nesse vídeo eu estava comemorando o não comparecimento meu ao Ministério Público. Isso é muita maldade”, afirma.

“Tão logo acabe tudo isso, eu estarei pronto para esclarecer qualquer dúvida ao Ministério Público”.

A defesa relata que o samba aconteceu num “raro momento de descontração”. 

Mais especificamente, no dia 31 de dezembro, véspera da cirurgia para a retirada de um câncer no intestino.

Queiroz não compareceu a quatro depoimento no Ministério Público alegando motivos de saúde.

No meio tempo, encontrou tempo e energia para o sambinha e para dar entrevista chapa branca ao SBT.

Chama a atenção, no show da família Queiroz, o tamanho da acomodação e a algazarra num nosocômio.

Cenas suspeitas envolvendo o ex-assessor de um senador eleito, filho do presidente, estão ocorrendo ali dentro e não há nenhuma explicação ou esclarecimento da instituição.

Vale lembrar que se trata de uma empresa privada. Não é obrigada a revelar, por exemplo, quem está pagando a conta de Queiroz.

Mas os danos para a imagem do Einstein podem ser enormes se o silêncio se traduzir em deliberada falta de transparência, valor fundamental na gestão moderna.

Quando Bolsonaro ficou lá por 23 dias após a facada, a assessoria falou à Folha que não comenta valores ou se pronuncia sobre quem pagou os custos por questão de sigilo dos dados do paciente.

Einstein e Sírio Libanês brigam pelo posto de hospital mais renomado do país.

Famosos e políticos que os frequentam são fundamentais no marketing.

O show de Queiroz pode ser o comercial mais catastrófico da história do Einstein.