O cineasta dos mecanismos da direita. Por Moisés Mendes

Atualizado em 3 de outubro de 2019 às 15:27
José Padilha. Foto: Wikimedia Commons

Publicado originalmente no blog do autor

POR MOISÉS MENDES

José Padilha, o cineasta da direita que usa os mecanismos do golpe para falsear a História, alterar falas e contar o que bem entende, vai dirigir um documentário sobre, acredite, a Lava-Jato.

Padilha acha que ainda há tempo para ganhar mais fama, mais bajulação dos reaças e mais dinheiro com a farsa de Curitiba.

Em algum momento ele terá de ouvir Gilmar Mendes, para que fale sobre a sua tese de que as prisões preventivas de Curitiba eram parte de um esquema de tortura que levava às delações.

Padilha, se fizer o que já fez, poderá inverter as falas e atribuir a frase de Mendes a Bolsonaro, e a autoria das torturas a Lula.

O moço é da mesma estirpe dos espertalhões das ‘artes’ gerados pela ditadura. Mas aqueles eram apenas prestadores de serviço, muitas vezes por convicção e sabujismo.

Morriam pobres, porque se contentavam com reconhecimento e tapas nas costas dos ditadores e de seus subalternos.

Padilha é de outros tempos, pensa na arte e no negócio. É o nosso cineasta empreendedor, que sabe aproveitar oportunidades.

Talvez acabe filmando o enterro da Lava-Jato.