PUBLICADO ORIGINALMENTE NO FACEBOOK DO AUTOR.
Tudo isto é muito triste. Todos sabemos que os jornalistas têm consciência da realidade; bem sabem que estamos diante de sórdidas estratégias e manobras para derrubar um governo eleito na Venezuela.
Eles sabem que estão mentindo quando dizem que houve fraude nas eleições do Nicolás Maduro. O que houve foi um equivocado boicote da oposição. Alguns seguimentos da oposição se negaram a concorrer, a participar do pleito eleitoral.
Dizer que a eleição de Maduro não é legítima significa não dizer nada, ou dizer que não gostou dela …
A imprensa começa sempre qualquer matéria chamando o presidente Nicolás Maduro como o “ditador da Venezuela”. Entretanto, não dizem por que este título pejorativo para um presidente constitucional e duas vezes eleito pelo voto popular. Na Venezuela tem Poder Judiciário, Legislativo e imprensa que faz oposição ao Maduro.
A nossa grande imprensa empresarial tem lado, mas não assume que é ideologicamente contra o socialismo, que se deseja implantar na Venezuela. Tudo é uma questão ideológica !!! O resto é mera hipocrisia …
A nossa grande imprensa fala em democracia, mas apoia a intervenção dos Estados Unidos, da Colômbia e do Brasil nos assuntos internos de um país soberano.Os jornalistas falam em democracia mas apoiam um golpe de estado na Venezuela. Falam em democracia, mas aceitam a descarada violação das regras básicas do Direito Internacional.
Eles falam em democracia, mas não aceitam o diferente, não aceitam que um povo possa optar por caminhos distintos. Como democracia com “pensamento único” ???
Tenho pena dos jornalistas que são obrigados – para não perderem o emprego – a falar o que não desejam, falar o que não concordam. Tenho nojo dos jornalistas que fazem o jogo do grande capital ou do fascismo.
Difícil aturar o carreirista e nada sincero jornalista Heraldo Pereira na Globonews.
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Afranio Silva Jardim, professor associado de Direito da Uerj.