O conselheiro de Dallagnol. Por Moisés Mendes

Atualizado em 5 de fevereiro de 2021 às 15:14

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Vladimir Netto e Deltan Dallagnol em lançamento de livro

Novas mensagens da Vazajato complicam a situação do repórter Vladimir Netto, que prestava serviços como conselheiro da área de texto e de estratégia política a Deltan Dallagnol.

Quando da famosa condução coercitiva de Lula, sob pressão por causa da medida ilegal de Sergio Moro, Dallagnol tentou proteger seu chefe e enviou o rascunho de uma nota a Vladimir.

A nota seria enviada à imprensa. O jornalista deveria ser consultado para dar orientações. A revista Carta Capital conta:

Vladimir, repórter da TV Globo, que em junho de 2016 lançaria o livro ‘Lava Jato: o juiz Sergio Moro e os bastidores da operação que abalou o Brasil’, diz a Dallagnol, segundo o relato deste, que não valeria a pena soltar uma nota, a não ser que fosse “para não deixar Moro sozinho”.

“A nota é pra acalmar e não comprar briga”, foi o conselho de Netto, conforme o procurador.

“Mas ele [Netto] acha que teria que ser muuuuito serena pq estamos mais expostos do que o Moro na avaliação dele”, conta Dallagnol.

Mendonça apoia a intenção: “Por mim, soltamos pq não deixo amigo apanhando sozinho rs. Independentemente de resultado, soltaria por solidariedade ao Moro”.

Após chegarem a um acordo sobre a redação da nota e a enviarem à imprensa, o procurador Athayde Ribeiro Costa avisa os colegas que o Jornal Nacional, da TV Globo, noticiou o posicionamento da força-tarefa.

O procurador Orlando Martello comenta que, se continuasse a escalada contra a operação, a solução seria vazar conversas interceptadas de Lula.

“Se a escalada continuar, a solução é soltar os áudios, cf sugerido por CF [Mendonça]. Aí jogamos problema no colo deles, com algumas maldades (pq lula usa cel de terceiros!; proximidade de lula e JW [Jaques Wagner, então ministro da Casa Civil], bem como JW responsável pela nomeação do novo ministro; convocação de deputados; movimentos sociais, etc.”

Em resposta, Mendonça diz o vazamento das gravações “é nossa carta na manga”. “Mas é preciso que seja com autorização judicial. E talvez haja problemas”, ressalta.

O procurador Paulo Roberto Galvão de Carvalho então lembra que já haviam feito consultas sobre a liberação dos áudios, mas elas foram negadas.

Pois Vladimir, filho de Miriam Leitão, dava consultoria de texto e posicionamento político para esse pessoal. Isso que é um jornalista imparcial.