O Datafolha expõe mais um fiasco da dobradinha Judiciário e mídia: Lula põe qualquer nome no 2º turno. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 31 de janeiro de 2018 às 15:05
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A principal notícia do Datafolha que traz, novamente, Lula na liderança isolada para as eleições de 2018 não é a consolidação de Bolsonaro como segundo colocado.

O próprio instituto explica no relatório:

O apoio do ex-presidente Lula a um candidato levaria 53% dos brasileiros a rejeitar esta candidatura. Uma fatia de 27%, por outro lado, votaria com certeza em alguém apoiado pelo petista, percentual suficiente, neste momento, para levar uma candidatura ao segundo turno da eleição presidencial, já que supera o obtido por outros candidatos nos cenários testados em que o nome do petista é excluído da lista de candidatos. Há ainda 17% talvez votassem em um candidato que tivesse o apoio de Lula.

Na comparação com novembro, subiu a taxa dos que rejeitam um nome apoiado pelo petista (era de 48%), e oscilou dentro da margem de erro a dos que votariam com certeza (era de 29%) ou talvez votassem (era de 21%) em alguém que tivesse seu apoio. Entre os mais pobres, 36% certamente votariam em um alguém para presidente em um nome que tivesse o apoio de Lula para a Presidência, e 43% não votariam de jeito nenhum nesse candidato. Nas faixas de renda familiar acima de dois salários, a maioria rejeitaria uma candidatura presidencial apoiado pelo ex-presidente. Na região Nordeste, o candidato de Lula teria 46% dos votos, e outros 20% talvez optassem por esse presidenciável.

Sob uma pancadaria inclemente, que vai recrudescer, Lula segue na frente, enquanto a direita patina entre um fascista e um desejo de algo que possa ser chamado de “novo” — Huck, o original ou o genérico, sendo que Luciano é um genérico de si mesmo.

O resultado mostra o beco sem saída em que se meteu o conluio entre a mídia e o Judiciário.

Lula, preso e impugnado, continuará dando as cartas. As baterias terão que se voltar para o candidato que o ex-presidente apoiar, o que não acontecerá até setembro, provavelmente. Too late.

Ao entrar numa guerra com Lula, quem se expôs foram os inimigos. A cota de extremistas da imprensa está preenchida e não convence mais ninguém.

Do lato da toga, o juiz Marcelo Bretas, da Lava Jato do RJ, por exemplo, pediu o penico no Twitter, onde fazia um ativismo constrangedor, depois do vexame do auxílio moradia em dose dupla.

Sergio Moro, por sua vez, engana os otários que gostam de ser enganados, aquela parcela de patos que chafurdam no ódio e na burrice.

Diz o Datafolha: uma fatia de 50% não votaria em alguém apoiado pelo juiz da vara de Curitiba.

Resta ao STF tentar a intimidação. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, um recado foi dado: se alguma chance existe de a corte soltar Lula caso ele seja preso, ela pode desaparecer se o PT subir o tom das críticas contra o Judiciário.

Além da velha conversa do tipo “sabe com quem você está falando?” e do sinal de que as críticas estão incomodando, é mentira. O Supremo cumprirá a missão dada pela Globo e quejandos.

A situação para Lula é complicada. Quem gosta da sombra de uma possível prisão? Mas, para os golpistas, é pior ainda.