O demônio está rindo de Malafaia. Por Moisés Mendes

Atualizado em 21 de agosto de 2025 às 6:31
Silas Malafaia dando entrevista após depoimento à PF – Foto: Reprodução

No ranking da arrogância dos que se consideravam impunes para sempre, começando pela família Bolsonaro, ninguém batia Silas Malafaia.

O pastor tinha certeza de que estava blindado pelos fiéis da sua igreja. Se Alexandre de Moraes, que ele sempre chamou de ditador, tentasse enquadrá-lo, o Brasil evangélico acionaria um levante nacional.

Ele sabe hoje que não é nada disso. Malafaia é tão alcançável quanto a família Bolsonaro, os generais, Carla Zambelli e quanto outros que ainda estão impunes, mas sabem que em algum momento irão tombar.

Malafaia saiu atirando por inércia, depois de ser ouvido no Galeão, onde a Polícia Federal o esperava. Chamou Moraes de criminoso e ditador porque está em moto contínuo. Disse que no 7 de setembro o povo vai dar uma resposta.

Malafaia será a versão religiosa de Zambelli. Não terá o apoio que acha que merece e pode ser preso a qualquer momento e entrar em desatino.

Moraes vai provar que julga, condena e prende todos eles, mesmo sob a ameaça de Trump. Malafaia está abraçado ao demônio, que não é bolsonarista, como alguns pensam.

O demônio é um pândego, um anarquista, que está se divertindo com os que se divertem com ele com falsos exorcismos. Malafaia pode, a qualquer momento, ser o próximo com tornozeleira.

Braga Netto, o chefe militar do golpe, está preso por obstrução de Justiça. Malafaia enfrenta a mesma acusação e ainda é investigado por coação, pelos ataques públicos às instituições e a Alexandre de Moraes.

Já dá para apostar na bet da besta: Malafaia pode ser o grande ausente na aglomeração do 7 de setembro.

Moisés Mendes
Moisés Mendes é jornalista em Porto Alegre, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim) - https://www.blogdomoisesmendes.com.br/