Principal cúmplice de Sérgio Moro na Lava Jato, Deltan Dallagnol também foi o espertalhão que bolou os maiores planos para “monetizar” a operação de perseguição a Lula e ao PT.
Para não incorrer em injustiça, temos que reconhecer dois méritos em sua trajetória. Primeiro, deu uma contribuição maior ao folclore da política brasileira ao protagonizar a vexatória exibição do PowerPoint das bolinhas azuis.
Segundo (e mais importante), ajudou a aprimorar o Minha Casa Minha Vida. A nova versão do programa tem dispositivos para impedir a ação de atravessadores como Dallagnol – que, embora recebesse um alto salário, comprou imóveis destinados ao público de baixa renda, para especular e ganhar mais um troco à custa dos pobres.
Os dois episódios bastam para defini-lo como alguém desqualificado intelectual e moralmente. Eleito deputado federal, é um destaque negativo num Congresso em que não faltam embusteiros e nulidades.
Tive a infelicidade de assistir a um trecho de sua “entrevista” ao Pânico, o trecho que está circulando nas redes – “entrevista” entre aspas, porque os pretensos entrevistadores estão ali só para dar palanque a Dallagnol.
Ele disse – e a cara nem tremia – que Bolsonaro não pode ser preso porque falta um “fato concreto”. Ele, o homem das bolinhas azuis, que fez de tudo para colocar Lula na cadeia com base em especulações, falácias, falsificações e boatos que ele mesmo sabia que eram mentirosos.
Dallagnol ainda teve a coragem de dizer que “pode ter tido uma má gestão da pandemia” – e acrescentou: “não estou falando que sou a favor ou contra”. Bacana, ele não sabe se é a favor ou contra a má gestão da pandemia. Mas, continuou o espertalhão de Pato Branco, “má gestão não é crime”.
Dallagnol falando que não vê possibilidade do Bolsonaro responder por genocídio na questão dos Yanomamis porque não tem… fato. ??♂️
Sinceramente, acredite em você, pois é esse tipo de gente que passa nos concurso, via de regra. Acredite em você. pic.twitter.com/q66g8ZxKGD
— advogato (@valneifils) February 19, 2023