O encontro entre Valdemar e Bolsonaro, 10 meses após proibição de Moraes

Atualizado em 9 de dezembro de 2024 às 20:47
Valdemar e Bolsonaro se abraçando
O dirigente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se abraçando – Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, se encontraram nesta segunda-feira (9) pela primeira vez em 305 dias, durante a missa de sétimo dia de Leila Caran Costa, mãe de Valdemar. O evento ocorreu na Catedral de Sant’Ana, em Mogi das Cruzes (SP), reduto político do dirigente do PL.

Decisão do STF permitiu encontro sob restrições

A proibição de comunicação entre os aliados, imposta há nove meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito do inquérito sobre atos golpistas, foi temporariamente suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes. A decisão, assinada na última quarta-feira (4), autorizou Bolsonaro a participar da cerimônia, desde que assuntos relacionados à investigação não fossem tratados.

Durante boa parte da missa, Bolsonaro e Valdemar permaneceram separados, acompanhados por André do Prado, presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, e Lucas Bove, deputado estadual pelo PL. A restrição de contato entre os dois voltou a valer logo após a cerimônia.

Implicações políticas e investigação em andamento

Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto são investigados pela Polícia Federal por suposta participação em um esquema golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023. A operação Tempus Veritatis revelou evidências que levaram à imposição de medidas cautelares, incluindo a proibição de contato entre os correligionários.

O dirigente da sigla, que tentou reverter a decisão para retomar articulações políticas, acredita que as restrições prejudicaram o desempenho do PL nas eleições municipais. Apesar de eleger 517 prefeitos, o partido não alcançou a meta de 1,5 mil vitórias prevista por ele no início de 2023.

Impacto no PL e nos bastidores

A separação forçada criou situações inusitadas no cotidiano do PL. Bolsonaro e Valdemar, que têm escritórios no mesmo andar da sede do partido em Brasília, precisaram adotar escalas de trabalho alternadas para evitar encontros. Em alguns casos, o líder do partido chegou a alugar outra sala em um andar diferente.

O episódio reflete as dificuldades enfrentadas pela sigla para manter a coesão em meio às investigações. O general Walter Braga Netto, ex-vice de Bolsonaro, teve o salário cortado e deixou o cargo de Secretário de Relações Institucionais do PL, em razão da impossibilidade de coordenar candidaturas para as eleições de 2024.

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