O Estadão virou um jornal de humor. Por Moisés Mendes

Atualizado em 23 de novembro de 2024 às 7:07
Jair Bolsonaro rindo e segurando em microfone, com bandeiras ao fundo
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Agência Brasil

Manchete torta do Estadão, que só é torta porque a premissa é torta. Vejam se não parece chamada de jornal de humor:

“Ao saber dos planos de golpe e não punir os envolvidos, Bolsonaro aderiu ao ato, dizem especialistas”

E o jornal complementa, logo abaixo da chamada:

“Estadão ouviu magistrados, procuradores e advogado criminalista que explicaram por que a conduta do ex-presidente pôde ser enquadrada como criminosa mesmo que não tivesse dado a ordem para o golpe de estado”.

Ora, Bolsonaro foi o chefe da arrancada do golpe e pode ter sido abandonado mais adiante porque os militares sentiram que, muito mais do que um incompetente, ele era um frouxo.

Reprodução da nota do Estadão sobre a adesão de Bolsonaro ao plano golpista

Mas não tem essa de que ele sabia do golpe, ele era o chefe dos golpistas. Mas especialista existe para dar palpite especializado.

E tem mais essa chamada de editorial do Estadão, na mesma linha do antigo jornal Casseta e Planeta:
“Indiciamentos dão contornos dramáticos às revelações de que país esteve supostamente à beira da ruptura”.

O país esteve supostamente à beira da ruptura, segundo o Estadão. Imaginem se não tivesse sido supostamente.

NO TORNOZELO
Tem gente afoita pedindo cadeia para o sujeito. Mas já estão dizendo que prisão domiciliar e tornozeleira ficam bem agora, como entrada, e o banquete vem depois.
Eu gosto da ideia da tornozeleira.

CONDUTAS
Má conduta sexual, para republicanos fascistas da equipe de Trump, é um eufemismo para assédio, abuso e até estupro.

Publicado originalmente no Blog do Moisés Mendes

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