O falso identitarismo que tenta proteger jornalistas machistas. Por Moisés Mendes

Atualizado em 14 de novembro de 2022 às 6:36
Eliane Cantanhêde de roupa roxa falando para a câmera com tarjas da GloboNews
Eliane Cantanhêde – Reprodução/GloboNews

Por Moisés Mendes

No ano passado, escrevi em meu perfil no Facebook sobre a direita no jornalismo e citei mulheres que faziam o jogo da extrema direita. Levei pau de uma moça do meio, que tentou mobilizar sua turma contra esse perigoso misógino.

Eu estaria atacando as mulheres. Logo eu, que me esforço tanto para não ser o machista do Alegrete, fui denunciado publicamente no meu próprio perfil. Mas ainda bem que a denúncia não prosperou.

Por isso tomo cuidado agora ao tratar da agressão machista de Eliane Cantanhêde à Janja.

Para não ser acusado de machista, vou dizer apenas que a jornalista é há muito tempo uma fascista dissimulada.

Para não ser chamado de machista, digo apenas que ela é uma bolsonarista no armário, que precisou se conter durante quatro anos para não contrariar os donos da Globo, inimigos da família do boca-de-cobra.

Para não ser acusado de machista, digo apenas que ela é racista, ao se referir há alguns anos aos movimentos populares e dizer que os tucanos aproximavam-se do povo, mas pelo menos eram cheirosos.

Eliane Cantanhêde deveria ser defendida pela moça que me atacou quando escrevi sobre fascistas no jornalismo e citei ao acaso uma mulher, que não vale a pena citar de novo.

Deve defendê-la, porque Eliane Cantanhêde pode ser rifada logo pela Globo, que também talvez mande embora Cássia Kiss para limpar a área.

Mas não é o que as corporações deveriam fazer. As empresas da grande mídia, confusas porque não conseguiram apoiar Bolsonaro, deveriam abrir espaço para as esquerdas nos seus quadros.

Sempre foi assim. As corporações da grande imprensa tinham redações tomadas por gente de esquerda, incluindo comunistas, que aos poucos foram sendo mandados embora, principalmente a partir do golpe de 2016.

Contratem gente para o contraponto, que sempre existiu, antes de dispensar seus fascistas, como a Jovem Pan está fazendo e outros devem fazer para ficar bem com Lula.

Não matem a cachorrada que vocês atiçaram para que mordesse Lula e as esquerdas.

Abram espaço às novas caras do jornalismo de esquerda (sim, de esquerda, assumidamente progressista), para compensar os que vocês mandaram embora antes mesmo do golpe.

(E sobre as mulheres fascistas, vamos parar com essa conversinha pretensamente esquerdista de que toda a abordagem sobre mulheres de direita ou extrema direita envolve questões identitárias. Por favor, sejamos menos rasos. Não precisa nem tentar ser complexo.)

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DESCULPAS
Preparem-se porque teremos amanhã ou nos próximos dias o pedido de desculpas de Eliane Cantanhêde a Janja, por ter dito que a primeira-dama (se for de esquerda, claro) deve se recolher e não dar palpites, porque a mulher precisa ser obediente e ter voz apenas dentro do quarto do casal.

A direita é especialista em pedidos de desculpas. Bate, faz o estrago e se penitencia. Geralmente é um gesto mais cínico do que genuíno.

Aguardem o pedido de desculpas cheio de voltas e firulas à la Eliane Cantanhêde.

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OUTROS CRIMES
A pastora Flordelis foi condenada a 50 anos de prisão pela morte do marido. E o ex-vereador Gabriel Monteiro está preso por abusar de menores.

Mas falta pegar todos dessa turma pelos crimes cometidos como farsantes e fascistas.
A extrema direita precisa ser enquadrada também pelos crimes políticos, mesmo que isso nunca tenha acontecido.

Flordelis e Monteiro sempre agiram politicamente, como bolsonaristas, explorando as pessoas com suas farsas ‘religiosas’ ou justiceiras.

Se estivessem em liberdade, os dois estariam acampados diante de um quartel.

Texto originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES

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