
O que ocorreu nessa quarta-feira na Argentina pode ser o ensaio do que acontecerá mais adiante. Javier Milei, sua irmã e secretária, Karina Milei, e candidatos da extrema direita às eleições parlamentares de outubro foram cercados e apedrejados (foto) quando faziam uma carreata de campanha em Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires.
A picape que levava Milei e Karina na caçamba foi retirada da região antes do final da manifestação. E o candidato José Luis Espert fugiu na garupa de uma moto. Milei e a irmã não se feriram. O candidato Maximiliano Bondarenko teria sido atingido por uma pedrada.
Os argentinos começam a fazer o que mais sabem: radicalizar suas ações políticas, diante da crise econômica e social, com aumento da miséria (enquanto os liberais comemoram a ‘queda’ da inflação) e da corrupção.
Karina foi denunciada, em áudio vazado de conversa de Diego Spagnuolo, ex-chefe da Agência Nacional para a Deficiência (Andis), como chefe da receptação de propinas pagas por indústrias farmacêuticas que fornecem medicamentos para a rede pública.
Spagnuolo foi demitido, mas já avisou que não ficará quieto. Os jornais argentinos informam que outros áudios podem ser divulgados.
No mais recente, o acusador ataca a irmã corrupta: “Karina é uma menina que fazia bolos (tinha uma confeitaria), lia cartas (de tarô) e agora cuida de tudo isso. Como consegue?”
O ex-chefe da Andis assegura que Milei sabia da cobrança de propina e do envolvimento direto da irmã num esquema que superfaturava os medicamentos comprados.
A aprovação popular de Milei vem caindo, haverá eleição em outubro, para renovação da Câmara e do Senado, e cresce na população – segundo as pesquisas – o sentimento de que ele e a irmã são corruptos.
Enquanto isso, corre no Ministério Público a investigação sobre a criação da $Libra, a criptomoeda lançada no início do ano, que teve Milei como garoto propaganda. Já há provas de que Milei e Karina eram parte de uma quadrilha internacional do mercado de moedas virtuais.
O fascista argentino, que a direita brasileira aplaude, e que os economistas da turma de Paulo Guedes consideravam um modelo para América Latina, é mais do que um farsante, é um mafioso, da mesma turma de Bolsonaro.
Aguardem um final de inverno terrível na Argentina, onde os governos muitas vezes terminam antes da primavera.