O fato mais importante da entrevista que FHC concedeu à emissora árabe Al-Jazeera é o seguinte. Ficou claro que FHC perdeu qualquer vestígio de respeito no cenário internacional.
Hoje ele é visto como um réles, um desprezível golpista de direita na pior tradição latino-americana. (Aqui você pode ver a entrevista com legendas em português.)
Estava estampado no entrevistador o desprezo pelo entrevistado. Aquela não foi apenas uma entrevista dura. Foi uma oportunidade que o jornalista encontrou de dizer certas verdades a FHC. Acostumado aos salamaleques da mídia brasileira, FHC logo percebeu que fez um mau negócio. Se pudesse levantar-se e dar o fora no meio da entrevista, faria isso. Mas não dava. Era ao vivo. Foi divertido vê-lo falar a certa altura num inglês trôpego de quem perdeu o controle: “Eu protesto, eu protesto!”
No Brasil, faz tempo que FHC é malvisto. Mas no exterior ele conservava algum prestígio. Seu papel abjeto no golpe jogou seu nome na sarjeta mundial.
Recentemente ele já sofrera um vexame de proporções planetárias quando foi obrigado a cancelar a participação num encontro de cientistas sociais em Nova York. O tema era a democracia — sempre instável — na América Latina. Um grupo de pessoas deixou claro que iria vaiar FHC caso ele comparecesse.
Ele desistiu.
O repúdio a FHC no exterior é o prenúncio do que lhe reserva a história. Ele terá seu lugar merecido na posteridade: um golpista, um fâmulo da plutocracia que sequer pode invocar a idade provecta para justificar os horrores que vem fazendo contra os pobres de seu país.
Fez-se justiça a ele em vida. Graças a Deus.