O gênio dos pênaltis perdidos

Atualizado em 15 de novembro de 2012 às 12:44

Será que Mano Menezes não sabe que Neymar é um conhecido especialista em perder pênalti?

Rumo à arquibancada

Ladies & Gentlemen:

Não é fácil para um inglês compreender os brasileiros, o Boss que me perdoe. Não que sejamos melhores, mas somos mais lógicos.

Vi ontem, em plena madrugada londrina, o amistoso entre Brasil e Colômbia. Não vou nem falar de minha surpresa em não ver em campo Ronaldinho Gaúcho, para mim o melhor jogador do Campeonato Brasileiro. Também vou passar pelo ridículo, grosseiro, irritante painel de marcas à frente do qual técnico e jogadores do Brasil concediam entrevistas.

Quero falar, especificamente, da cobrança de pênalti por Neymar. Sou santista no Brasil, como todos sabem. Até Chrissie, que discorda de mim em tudo, concordou em que fiz a escolha certa pelo Fish.

Para fazer meu trabalho no Diário decentemente, pesquisei muito sobre o futebol brasileiro, que só acompanhava pelo escrete verde-amarelo. Google, YouTube, usei tudo para me equipar.

Claro que Neymar, pelo seu talento, ocupou uma parte expressiva de minha pesquisa. Logo vi que ele tinha uma deficiência, entre tantas virtudes: cobra muito mal pênaltis. Perde pênaltis com uma naturalidade impressionante. Um vídeo no Youtube tem um título que diz tudo: “O Gênio dos Pênaltis Perdidos”. Nele, é mostrada uma série de cobranças ruins de Neymar. Observem:

Segundo o Boss, um técnico do Fish tentou evitar que Neymar fosse o batedor de pênaltis, mas acabou derrubado por isso. Mas e o técnico da seleção, Mano Menezes, nosso “Brother”, como o chamo nas conversas com o Boss?

Ele não conhece o histórico de Neymar em pênaltis? Se eu, Scott velho de guerra, conheço, Brother desconhece? Se conhece, é fraco. Se não conhece, é fraco também.

Era um jogo para caçar dinheiro. Mas e se fosse uma final de Copa de Mundo? Neymar, já escrevi, tem que ser protegido de si mesmo, ou se tornará um mascarado insuportável como Ronaldo. Agora acrescento: ele tem que ser protegido também do técnico da seleção brasileira, o nosso Brother.

Sincerely.

Scott

TRADUCÃO; ERIKA K NAKAMURA

 

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Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.