
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, tem sido escrachado nas redes sociais por políticos pela forma como vem conduzindo a segurança pública no estado, especialmente após a megaoperação policial contra o Comando Vermelho no Complexo da Penha, que resultou na morte de ao menos 64 pessoas.
Entre as vítimas, estão policiais, criminosos e civis. A operação, realizada na manhã desta terça-feira (28), envolveu 2,5 mil agentes de segurança e gerou uma série de acusações sobre a condução da ação.
O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) não poupou palavras ao detonar o governador. Em um post no X, ele chamou Castro de “covarde” e “irresponsável”, afirmando que a violência nas favelas do Rio só aumenta com essas operações. Para ele, o governo do estado usa as operações como uma “equação bolsonarista de morte”, sem, de fato, combater os grupos armados e sem considerar a vida dos moradores de comunidades periféricas.
Claudio Castro, seu covarde, incompetente, seu irresponsável. Os moradores num dia sofrem com a violência das facções, no outro, chega a polícia e dobra a aposta na violência. Pra amanhã o ciclo se repetir. Sua política de jogar gasolina no fogo não reduz um décimo a violência e… pic.twitter.com/hdz1e8NtYZ
— Tarcísio Motta (@MottaTarcisio) October 28, 2025
A deputada Jandira Feghali (PCdoB) também se manifestou, apontando a diferença de tratamento entre operações em bairros ricos e favelas. Ela destacou que, enquanto as forças de segurança agem com “cuidado e educação” em áreas mais abastadas, nas periferias a população vive com medo, sem poder sair de casa para trabalhar ou estudar. Para ela, a política de segurança pública de Castro é “uma tragédia”.
Quando precisam cumprir mandados de prisão, busca e apreensão nos endereços elegantes do “andar de cima”, as forças policiais agem com cuidado e educação. Mas quando a operação é no subúrbio, periferias e favelas, o resultado é o que vemos nas imagens: população aterrorizada… pic.twitter.com/I9IWaPxG1p
— Jandira Feghali 🇧🇷🚩 (@jandira_feghali) October 28, 2025
O deputado federal Glauber Braga (PSOL) foi outro a se manifestar. Segundo ele, o governador fluminense é “parte fundamental do drama que os moradores do estado enfrentam”. O parlamentar também enviou sua solidariedade às “famílias desesperadas e a todos os moradores do nosso estado que enfrentam esse sofrimento nesse momento”.
Essa situação desesperadora que o Rio está vivendo não encontrará em Cláudio Castro nenhuma solução.
Ele é parte fundamental do drama que os moradores do estado enfrentam.
Onde está o plano de redução de homicídios?
Onde estão as ações concretas para diminuir a violência no Rio… pic.twitter.com/K0MnwZrnjR— Glauber Braga (@Glauber_Braga) October 28, 2025
Outro ponto de crítica foi a postura contraditória do bolsonarista em relação à PEC da Segurança Pública, proposta que integra as forças federais, estaduais e municipais. O deputado Túlio Gadêlha (PSB) lembrou que o governador foi contra a PEC, mas agora se queixa da falta de integração entre as polícias.
Como assim? O governador do Rio, o bolsonarista Cláudio Castro, que foi contra a PEC da Segurança, que integrava as polícias, agora, se queixa da falta de integração das polícias! Sinceramente, essa turma só cresce na cabeça dos desinformados! pic.twitter.com/ezdXoqxJFG
— Túlio Gadêlha (@tuliogadelha) October 28, 2025
A deputada estadual Dani Monteiro (PSOL) acusou ele de ser “o governador mais letal da história do Rio”, responsabilizando-o pela execução de mais uma chacina. Ela reforçou que, enquanto o estado apresenta índices negativos em diversas áreas, a resposta do governo é a violência, algo que não pode ser normalizado.
Absurdo o que faz Cláudio Castro, o governador mais letal da história do nosso estado.
O Rio vai mal em todos os indicadores sociais, e sua resposta contra a baixa popularidade é a execução de mais uma chacina!
Não podemos normalizar 20 mortes! pic.twitter.com/Fzh6cO6JBk
— Dani Monteiro (@danimontpsol) October 28, 2025
A vereadora Thais Ferreira (PSOL) foi ainda mais contundente, descrevendo a operação como um “genocídio” e acusando o governador de transformar o Rio em um “laboratório de extermínio” da população negra e pobre.
O que está acontecendo no Alemão e na Penha não é operação policial, é genocídio.
Cláudio Castro transformou o Rio em um laboratório de extermínio do povo negro e pobre. A cada incursão, mais corpos, mais medo, mais dor.
Isso não é segurança pública, é política de morte. pic.twitter.com/D9OdMp7npj
— Thais Ferreira (@southaferreira) October 28, 2025
Castro, que foi contra a PEC da Segurança Pública, agora se queixa da falta de integração das polícias.
O comentarista da GloboNews Octavio Guedes apontou a incoerência no discurso do governador, que, após uma série de falhas nas operações de segurança, agora busca apoio do governo federal. Ele, por sua vez, afirmou que o estado está “sozinho” e que a culpa pela violência não é dele, mas do governo federal.
“Cláudio Castro foi contra a PEC da Segurança. Agora ele quer o governo federal”, diz Octavio Guedes após governador do Rio afirmar que as forças de segurança do estado estão "sozinhas". O comentarista segue: “As intervenções federais que colocaram a segurança na mão de militares… pic.twitter.com/iqbj11sUa3
— GloboNews (@GloboNews) October 28, 2025
O que iniciou como uma operação para combater o Comando Vermelho em dois dos maiores complexos de favelas do Rio, o Alemão e a Penha, resultou em uma das ações mais letais da história recente do estado.
Além dos mortos, 81 pessoas foram presas, e um arsenal impressionante, incluindo 75 fuzis, foi apreendido pela polícia.