O governo golpista gastou dinheiro público em pesquisas para descobrir que é golpista. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 9 de setembro de 2016 às 10:25

temer golpista

 

Quanto custaram as pesquisas inúteis, pagas por você, para Michel Temer descobrir que o carimbo de golpista colou em sua testa?

20 mil? 30 mil? 100 mil?

Segundo a coluna de Mônica Bergamo, os levantamentos indicam que “o governo deveria ter reagido mais cedo”.

Temer, diz ela, “tentou fazer isso num de seus primeiros discursos como presidente efetivo, em que disse que os ministros deveriam responder ‘golpista é você’ para rebater a acusação” (como se fosse adiantar alguma coisa).

Duas frentes de reação institucional foram esboçadas: o publicitário Elsinho Mouco surgiu com um “Fora, Ladrão” — de resto, perfeito para os governistas berrarem em frente a um espelho. Mouco, vale lembrar, é o gênio que se inspirou num desenho de Michelzinho para fazer o símbolo da vilegiatura temerista.

Outra opção, igualmente idiota, é um tal “Bora, Temer”. Esse dinheiro público jogado no lixo poderia ter sido economizado se não se tratasse de um bando incompetente de canalhas acossados.

Venderam um peixe velho e estragado, com a cumplicidade e a publicidade dos de sempre, e agora não conseguem entregar. A bateção de cabeça é evidente.

Um caso claro de “ganhou, mas não levou”. O “mercado” não reagiu conforme prometeu a consultora Empiricus. Não brotaram leite ou maná do chão. O repúdio internacional chegou ao G20.

Diminuir moralmente os protestos tornou-os maiores. Fugir das vaias na Olimpíada fez com que elas triplicassem de intensidade na Paraolimpíada. A porradaria da polícia sobre os manifestantes resultou em mais manifestantes com mais vontade de ir para a rua.

Caiu a máscara de Temer como “grande articulador”, “político hábil” — o oposto de Dilma, uma senhora rabugenta que, segundo o jornalismo chapa branca, batia em camareiras e corria de deputados e senadores quando os via dobrando a esquina.

Sua gestão é campeã do recuo, do desmentido, dos tiros no pé. E olha que eles estão lidando com uma mídia amplamente a favor. A última investida da propaganda é o clichê da “herança maldita”, encampado por Miriam Leitão. Não vai colar também.

Temer era decorativo, virou interino, tornou-se efetivo e agora é clandestino. Vai do gabinete para casa em carro fechado. Fez o que fez para passar pouco mais de um ano se escondendo.

Agora, no desespero, um animal sugere utilizar o erário para descobrir o que a humanidade sabe há milênios: se você não quer ser chamado de golpista, não dê um golpe.