
Ronald Reagan faria 100 anos.
O mundo está se debruçando sobre seu legado. Que é enorme. Reagan, um canastrão que levou sua superficialidade de ator e seu reacionarismo fanático para a Casa Branca nos anos 80, conseguiu uma façanha sem paralelo.
Ele destruiu dois impérios.
Seus gastos armamentistas — uma insanidade que levou o nome de Guerra nas Estrelas — levaram a União Soviética a quebrar na tentativa de emular os avanços militares americanos. Esta foi a primeira onda matadora advinda da administração de Reagan. Na segunda, quem quebrou foram os próprios Estados Unidos. A lastimável situação econômica americana deriva, em grande parte, das despesas absurdas feitas por Reagan com armas.
O reaganismo está vivo em várias partes do mundo, incluído o Brasil. Os colunistas brasileiros de direita — de Jabor e Reinaldo Azevedo a Ali Kamel e Merval Pereira — repetem chavões de Reagan. Reagan não os criou: leu-os, passados por assessores, como se fossem falas de filmes.
Reagan governou pelos ricos e para os ricos.
E matou dois impérios.