O incrível paradoxo do sexo sublime nas relações tóxicas

Atualizado em 24 de outubro de 2014 às 16:18

gostosa

Há uma patologia psicológica que talvez explique a duração prolongada de namoros ou casamentos já arruinados: o sofrimento pode viciar tanto quanto chocolate ou cigarro.

Entra aí o paradoxo do êxtase no suplício, uma filigrana mental tão sutil que só de pensar em descrever me vem um sentimento invencível de preguiça.

E existe um fator físico poderoso: o sexo. Quanto mais tóxica a relação, melhor aparentemente o sexo. Horas incessantes de inferno são substituídas por momentos fugidios de glória sexual. A mulher que ainda há pouco agredia você em palavras e às vezes em gestos suplica por tapas, às vezes pancadas.

Parece fantástico.

Mas um segundo olhar mostra que, passada a ilusão do deslumbramento erótico, o sexo que emerge de uma relação tóxica é, ele também, tóxico.

O cubano Fabio Hernandez é, em sua autodefinição, um "escritor barato".