O jornalismo de guerra da mídia suprimiu o fato de que Rafaela foi favorecida por um programa de Dilma. Por Paulo Nogueira

Atualizado em 9 de agosto de 2016 às 20:24
A mão invisível de Dilma foi vital no ouro de Rafaela
A mão invisível de Dilma foi vital no ouro de Rafaela

No jornalismo de guerra que a plutocracia usa contra qualquer coisa remotamente parecida com esquerda, foi escondida ou simplesmente suprimida a informação de que Rafaela Silva foi beneficiada por um programa social criado por Dilma, o Bolsa Pódio.

Funciona assim: você não dá nada que possa ser positivo para seu inimigo. Você não dá sequer a verdade, como no caso da bolsa dada a atletas pobres como Rafaela.

Ninguém na imprensa lembrou, por exemplo, que a Olimpíada foi uma conquista pessoal de Lula. Graças a Lula, a Globo faturou com os jogos 1,5 bilhão de reais, mas a cultura jornalística da casa é tão perniciosa que a origem da Rio 2016 obliterou Lula.

Rir ou chorar?

Rir. Montaigne, em seus Ensaios, contrapôs dois sábios da Antiguidade. Um deles, diante da miséria humana, chorava. O outro ria. Montaigne recomendava a segunda alternativa: rir.

Riamos, então.

Fora a canalhice da mídia, o caso Rafaela mostra que os programas sociais devem ser, todos eles, ampliados. No esporte, e não só nele.

Uma sociedade tão brutalmente injusta e desigual brasileira só vai se tornar decente com a expansão e continuidade de programas sociais.

Mas Temer, o indesejado, acena exatamente com o contrário.

É preciso registrar ainda como o PT foi ruim na divulgação de programas como o Bolsa Pódio.

600 milhões por ano em publicidade federal na Globo e jamais o Bolsa Pódio foi citado nem em propaganda e nem, muito menos, editorialmente em nenhuma das múltiplas mídias dos Marinhos.

Perdemos todos com isso.

Rafaela ganhou — mas a mão de Dilma estava presente também. Mão invisível, como a mídia a trata, mas fundamental.