O julgamento do colombiano do MEC sobre os brasileiros: “canibal”. Por Fernando Brito

Atualizado em 1 de fevereiro de 2019 às 15:01

Publicado no Tijolaço

O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez

POR FERNANDO BRITO

“O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”. Ele afirma também que se tivesse que trocar o busto de Paulo Freire no MEC, trocaria por outro de Tobias Barreto (século 19), Antonio Paim (século 20) ou de Olavo de Carvalho (século 21).”

Ao ministro da Educação, Ricardo Vélez, faltou dizer à Veja que esta terra de canibais o acolheu, deu-lhe um lar e um emprego público e ainda permite que tenha chegado a um dos mais altos cargos da República, sendo colombiano de origem e formação.

Muitos que têm seu julgamento miúdo, atribuindo à nacionalidade problemas de caráter poderiam dizer que “colombiano tem espírito de traficante, é só olhar como Pablo Escobar era popular”.

O que seria, óbvio, uma estupidez.

Fale o ministro pelos seus círculos.

Se há brasileiros que fazem o que descreve, certamente são mais numerosos entre os “coxinhas” de classe média que em qualquer outro grupo. Especialmente os seus apoiadores, que têm Miami como a capital do Paraíso.

Embora quem costume ser revistado na saída do trabalho, não raramente, são os empregados e empregadas do varejo, especialmente os de supermercados e lojas de departamentos, num ritual diário de humilhação.

Um sujeito que cogita colocar um busto de Olavo de Carvalho no lugar do de Paulo Freire dá bem ideia de como sua escola é “sem partido”.