
O julgamento de Bolsonaro e, mesmo, o próprio governo Lula ocorrem sob os auspícios institucionais do golpe de 2016. Este golpe instituiu uma série de reformas institucionais que transformaram o neoliberalismo em política oficial de Estado. Ou seja, desde então o Brasil se transformou em uma ditadura da mais-valia absoluta.
A prisão de Bolsonaro, a pressão pela taxação dos super-ricos e a onda nacionalista que se espraia pelo país são uma ameaça real ao estado de coisas imposto com o golpe de 2016. O campo popular recuperou a iniciativa política. O governo saiu das cordas e Lula passou a ser o favorito às eleições de 2026.
A burguesia rapidamente está se recompondo com a escolha por Tarcísio de Freitas como seu candidato, que, por sua vez, segundo o próprio Lula, “não é ninguém sem Bolsonaro”. Conquistar a confiança do chefe passou a ser fundamental às suas pretensões. Nesse meio-tempo, União Brasil, PP e Republicanos desembarcaram do governo. A frente ampla vai se desmanchando.
Tarcísio passou a correr o Brasil e forçar o presidente da Câmara a pautar a anistia. Motta aceitou esse “pedido”. Com maioria formada em torno da anistia, uma crise institucional está na ordem do dia, com o STF declarando a inconstitucionalidade da matéria. Até aí, perdemos o fundamental: a iniciativa política.

O país já está sob ampla intervenção estrangeira, com Trump operando por nossas bandas e a direita se recompondo em torno de Tarcísio. Isso pode ser o sinal de alerta de que a grande finança e o imperialismo estão dispostos a “acabar com a brincadeira” progressista na América do Sul e restabelecer de vez as Américas como quintal e área de influência.
Um golpe dentro do golpe está na ordem natural dos acontecimentos. A luta pela soberania precisa se materializar sob a forma de mais amplitude política, tirocínio estratégico e cuidado.
O inimigo é poderoso, mais forte do que nós.
A palavra de ordem é clara: eles querem terminar o serviço e vender o Brasil.
A prisão de Bolsonaro, a pressão pela taxação dos super-ricos e a onda nacionalista que se espraia pelo país são uma ameaça real ao estado de coisas imposto com o golpe de 2016. O campo popular recuperou a iniciativa política. O governo saiu das cordas e Lula passou a ser o…
— Elias Jabbour 🇧🇷 🇱🇧 🇵🇸 (@eliasjabbour) September 4, 2025