O justiceiro Sérgio Moro profana a esquina da resistência do Brasil. Por Moisés Mendes

Atualizado em 13 de novembro de 2019 às 10:12
Sérgio Moro em entrevista ao Fantástico, da TV Globo. Foto: Reprodução/Twitter

Publicado originalmente no blog do autor

POR MOISÉS MENDES

Instalaram um desses painéis gigantes com propaganda do Sergio Moro a meia quadra da Esquina Maldita, num prédio da Sarmento Leite.

É a afronta dos justiceiros a um espaço sagrado de debates, loucuras e resistência durante a ditadura. A propaganda do ex-juiz, com o apelo para que aprovem o pacote anticrime (aquele que defende assassinatos sob forte emoção), ocupa toda a lateral de um prédio.

Foi a primeira vez que vi de perto o painel. Porto Alegre, uma cidade tomada pelo reacionarismo e pelo bolsonarismo disfarçado dos tucanos bacanas, é a capital que mais dissemina esses cartazes no Brasil.

A Esquina Maldita não foi só um reduto de bares, bebedeiras e delírios revolucionários. Foi o espaço de maquinações que ajudaram na reconstrução da democracia.

Quem quiser saber mais do lugar agora desrespeitado pelos reaças seguidores do guru dos milicianos, que leia Esquina Maldlta (Libretos), do meu amigo Paulo Cesar Teixeira.

Os jovens deveriam ler esse livro para entender como, em outros tempos, as esquinas eram poderosas.