
Uma ala do governo Lula (PT) avalia que uma eventual candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ao Palácio do Planalto em 2026 pode não ser negativa. A percepção é de que as chances do governador derrotar o petista são baixas e, ao mesmo tempo, sua saída da disputa pelo governo paulista abriria espaço para a esquerda em São Paulo. Com informações da Folha de S.Paulo.
Integrantes do Planalto apontam que Tarcísio não conta atualmente com apoio do clã Bolsonaro. Essa falta de respaldo é atribuída a críticas feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o que fragilizaria o governador em uma disputa presidencial direta contra Lula.
O cálculo político no governo considera que, se Tarcísio deixar a reeleição em São Paulo de lado e apostar na corrida presidencial, o cenário se tornaria mais favorável para nomes da esquerda na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Segundo a pesquisa Quaest, contratada pela Genial Investimentos, Tarcísio aparece com 43% das intenções de voto para governador em 2026. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) surge em segundo lugar, com 21%. Os números reforçam que o governador é o principal obstáculo para a esquerda em São Paulo.
Sem Tarcísio no pleito estadual, a avaliação é que a direita ficaria sem um nome de peso. Nem mesmo o atual prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), teria fôlego suficiente para polarizar a disputa, de acordo com interlocutores do governo.
Nesse cenário, nomes como o do ministro Márcio França (PSB), titular da pasta de Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, seriam vistos com mais chances de avançar em São Paulo caso Tarcísio se arrisque na disputa pelo Planalto.