
A visão canalha de Bolsonaro sobre os Yanomamis vem, principalmente, de uma fonte militar específica.
Trata-se de um livro escrito pelo coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto e lançado nos anos 90 pela editora Biblioteca do Exército.
A obra fez a cabeça de toda uma geração de soldados que tomavam água da privada. Olavo de Carvalho a citava e recomendava.
Menna Barreto, militar gaúcho que exerceu os cargos de Comandante da Fronteira no governo Médici (1969-1971) e Secretário da Segurança de Roraima (1985-1988), produziu um teoria conspiratória debilóide que conquistou corações e mentes.
A patacoada é a seguinte: os indígenas que, alegadamente, fariam parte dessa “nação” pertenceriam a troncos linguísticos distintos, inimigos há séculos.
Por trás de tudo estaria a fotógrafa suíça, naturalizada brasileira, de origem judaica (não poderia faltar o elemento semita, evidentemente) Claudia Andujar. Em 1973, Claudia fotografou os Yanomami pela primeira vez para uma edição especial da revista Realidade dedicada à Amazônia.
As imagens correram o mundo. Ela retratou os Yanomami em suas casas coletivas (yano) e os acompanhou na floresta para registrar diversas atividades, como coleta de frutas ou expedições de caça coletiva.
Tudo cascata, segundo o coronel.
“Ao misturar índios de diferentes grupos na mesma reserva, o Governo federal, ao invés de preservar suas respectivas culturas, condenou-as à extinção. E não havendo mais índios a proteger, ou levam outros índios para lá, ou arranjam outra desculpa para separar Roraima aquele pedaço”, escreve.
ONG’s, diz ele, movidas por interesses internacionais numa estratégia conjunta de propaganda e militância de defesa cultural, contando com a ignorância da maioria da população, tentam demarcar áreas de proteção e preservação com tamanhos maiores que países da Europa.
O príncipe Charles — hoje rei — estava no meio da pajelança.
Estratégia para a futura internacionalização das terras ao norte do Brasil? Interesse em uma futura extração de minérios na região? Zoológico antropológico? Qual o verdadeiro intuito daqueles que tentam a todo custo minar a soberania do Brasil?
O que tem ali? Resposta: nióbio. Sim, o velho nióbio que Jair Bolsonaro vivia vendendo.
É de se perguntar como é que sobrevivemos a um demente que acreditava nisso. O Brasil é um fenômeno. Somos indestrutíveis.