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O maior adversário de Neymar é ele mesmo: um artigo do colunista inglês Scott moore

Neymar parece dono da bola na seleção

Ladies & Gentlemen:

Disse, há algum tempo, que Rogério Ceni é um palerma (moron). Isso causou revolta entre torcedores tricolores, embora os fatos corroborem amplamente minha tese.

A sorte de Ceni foi que, por milagre, o São Paulo escapou do rebaixamento (relegation). Ganhou alguns jogos que deveria ter perdido, como contra o Cruzeiro, e acabou ficando numa posição intermediária no campeonato.

Tivesse o São Paulo caído e os torcedores concordariam enfaticamente comigo, sei perfeitamente.

Mas estou aqui para falar de outro moron: o craque Neymar.

Raras vezes vi na vida uma combinação tão forte de talento e palermice (moroness).

No Barcelona, Neymar é tolhido em seus maus hábitos. Mas na seleção ele é uma criança mimada e, em muitos momentos, desprezível.

Suas firulas são um acinte aos adversários, um perigo para ele e além do mais inúteis. Contra o Chile o cruzamento de letra foi ridículo. E ele faz esse tipo de coisa o tempo todo.

Ninguém o repreende? Onde Big Phil?

Vejo, na seleção, ele bater todas as faltas e todos os escanteios. Daqui a pouco cobrará os tiros de meta, talvez.

Contra Honduras, ele se deslocou de um lado a outro do campo para bater um escanteio pela direita, depois de haver cobrado um pela direita.

No Barcelona, craques como Messi, Iniesta e Fabegas não incentivam – ao contrário – a fanfarronice de Neymar. Ele vai ter que mostrar muito futebol no Barça se quiser ser cobrador de falta. Por enquanto, ele nem se aproxima da bola.

A carreira é curta e o deslumbramento é longo no futebol, Ladies & Gentlemen. Neymar corre o risco de ser quebrado por um marcador menos paciente com suas palhaçadas.

E então todos os holofotes, que ele parece amar tanto, desaparecerão da mesma forma que surgiram.

O maior adversário de Neymar não é nenhum zagueiro: é ele mesmo.

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura

Scott Moore

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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Scott Moore

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