O mexerico de Merval sobre Dilma

Atualizado em 28 de dezembro de 2014 às 15:49
Louca cavalgada
Louca cavalgada

Merval ingressou na categoria do valetudo em sua cavalgada feroz para combater Dilma.

Jornalismo, não é. É mexerico, intriga, canalhice e descaro, tudo misturado.

Em seu blog no Globo, ele trata de espalhar o boato de que Dilma está “deprimida”.

“Relatos” dizem que ela foi vista chorando.

Bem, o Brasil todo a viu chorar na cerimônia da Comissão Nacional da Verdade.

E de resto: ela não pode chorar? Merval mesmo: ele não chora nunca? Seus patrões não choram?

Merval parece obcecado com Dilma. Acorda com Dilma, dorme com Dilma, sonha com Dilma.

Dilma enfrentou uma campanha duríssima. Teve toda a mídia contra ela o tempo todo, e no segundo turno teve diante de si uma aliança que juntou de Aécio a Marina, de Eduardo Jorge ao Pastor Everaldo.

Nas sabatinas iniciais, eram todos contra ela. Como esquecer as perguntas dirigidas por Everaldo a Aécio? O que o senhor acha da corrupção do governo Dilma, senador Aécio?

Aos 68 anos, Dilma fatalmente teria que estar extenuada depois de um ano tão duro quanto 2014.

Compare com Aécio, que com menor grau de dificuldade está quase que em férias permanentes depois das eleições, e tratou que trocar uma passeata anti-Dilma que ele mesmo convocara por um final de semana numa praia de Santa Catarina.

Ao divulgar rumores, Merval contraria a regra de ouro do maior jornalista da história, Joseph Pulitzer: precisão, precisão e ainda precisão. Futricas são a negação disso. Pode ser um ato de desespero e de exaustão mental: também Merval já não é nenhuma criança. Talvez seja o momento de ele tirar férias prolongadas depois de uma guerra na qual, mais uma vez, ele saiu derrotado.

Numa grande frase, Wellington disse que havia apenas uma coisa pior do que vencer uma batalha: perdê-la.

A vitória de Dilma obviamente cobrou-lhe um preço, dadas as circunstâncias. Agora, é tempo de ela se refazer para o segundo mandato.

Se ela chorou, conforme insinua Merval, é o bom choro, o do vencedor.

É um tipo de lágrima bem diferente daquelas que provavelmente escorreram dos olhos de Aécio e de seus vassalos no jornalismo, entre os quais Merval.