Rebeca tem a primeira chance de medalha na quinta-feira, às 7h50 (de Brasília), na final do individual geral.
Ela dançou ao som de um hino funk cujo refrão gruda como chiclete no asfalto quente.
“Ela veio quente, hoje eu tô fervendo
Ela veio quente, hoje eu tô fervendo
Quer desafiar, não to entendendo
Mexeu com o R7 vai voltar com a […]”
O autor e cantor é João Israel Simeão, MC João, que tinha 24 anos quando estou com uma letra que mistura violência e sexo — ou seja, nada diferente do que o rock sempre fez.
O pai morreu quando ele tinha 17 anos, era pedreiro e sustentava a família, e João ficou sozinho para cuidar da mãe, com problemas de saúde, e duas irmãs.
A música veio de improviso quando ele tentava gravar outra letra. Hoje toca no Japão graças a uma garota como João, de origem pobre, num país que costuma matar gente como eles.
Rebeca é de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ficou fora do Mundial e do Pan de 2019, e só conseguiu a vaga olímpica no pan-americano da categoria disputado em junho, no Rio.
Seu feito é fruto de esforço, de suor, do amparo da mãe, que sempre cita — e do milagre. O milagre de sobreviver e brilhar neste país.
Essa é a medalha que ela já trouxe. O resto é história.