O movimento de jovens de extrema-direita contra imigrantes qualificados nos EUA

Atualizado em 16 de dezembro de 2025 às 13:01
Visto americano. Foto: Reprodução

Nos Estados Unidos, a geração Z de extrema-direita, formada por jovens influenciadores políticos conservadores, tem um novo alvo: os imigrantes de alta qualificação, especialmente aqueles que chegam ao país com o visto H-1B. O documento, criado na década de 1990 pelo então presidente George H. W. Bush, concede anualmente 85 mil permissões de trabalho para estrangeiros altamente qualificados, com o objetivo de suprir a demanda econômica do país.

Segundo a coluna de Juliano Barros no UOL, essa iniciativa começou a ser vista como uma ameaça para os jovens americanos, que, embora bem formados, não conseguem bons empregos nas maiores empresas do país, como Amazon, Google e Meta. A crescente crítica ao programa H-1B reflete uma onda nacionalista, alimentada pela retórica de Donald Trump, que propõe limitar a imigração legal, além de regular a entrada de imigrantes irregulares.

Os influenciadores conservadores da geração Z alimentam essa onda, argumentando que o país deveria focar em oferecer mais oportunidades de trabalho para os cidadãos americanos, em vez de permitir que empresas do Vale do Silício contratem estrangeiros altamente qualificados. Eles veem isso como uma jogada de elites políticas e empresariais contra os jovens locais.

O movimento ganhou força após uma declaração de Trump à Fox News em novembro, quando afirmou que os Estados Unidos precisavam atrair talentos qualificados, mas não poderia simplesmente pegar pessoas desempregadas e pedir para “construir mísseis”.

Com isso, a questão dos vistos H-1B se tornou um ponto central no discurso de Trump, alimentando a agenda “America First” e atraindo apoio dentro do eleitorado conservador. O repúdio ao tipo de visto também ganhou força após a divulgação de dados do Departamento de Imigração dos EUA, que indicam que três a cada quatro vistos concedidos são para cidadãos da Índia, a maioria recrutada pela indústria de tecnologia.

O governo dos EUA também criou uma taxa de US$ 100 mil (R$ 546,7 mil) ao ano para a contratação de novos trabalhadores estrangeiros, medida que gerou polêmica, mas que foi vista por muitos como uma tentativa de proteger o emprego dos americanos.

Nalin Haley, influenciador de extrema-direita descendente de imigrantes da Índia. Foto: Reprodução

O discurso ganhou mais força quando, em uma entrevista à Fox News, Nalin Haley, um influenciador de 25 anos e descendente de imigrantes da Índia, sugeriu que o governo Trump deveria banir não apenas o programa H-1B, mas toda imigração legal.

Haley defendeu punições para empresas que contratam estrangeiros em vez de priorizar trabalhadores americanos. Sua declaração viralizou nas redes sociais, principalmente devido à sua origem indiana.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.