O neofascismo de Trump e Bolsonaro é uma máquina de reescrever a realidade. Por Pedro Cardoso

Atualizado em 15 de abril de 2020 às 11:32
Pedro Cardoso. Foto: Reprodução/YouTube

Publicado originalmente no perfil de Instagram do autor

POR PEDRO CARDOSO, ator

Bom dia.

Donald acusa a OMS de haver sido negligente ao ter se oposto a proibição de viagens para a China. A OMS pode ter errado, é verdade. Proibir viagens entre os EUA e a China foi a única ação da administração de Donald para conter a epidemia.

Mas, diante do número de infectados, parece ter sido insuficiente. Donald passou 2 meses menosprezando o perigo – no que é imitado aqui pelo Messias torturador – e agora tenta culpar a OMS pela calamidade. Apoia-se em possível real equívoco daquela entidade para esconder os seus sucessivos e recorrentes erros ainda maiores.

O nazifascismo internacional é uma máquina de reescrever a realidade. O fazem com a maior desfaçatez, dizendo hoje o oposto do que disseram ontem sem nem se preocuparem com o registro em áudio e imagem do que disseram. Eu me pergunto porque razão esses publicitários do fascismo não temem ser desmentidos pelos registros físicos de si mesmos se contradizendo?

Talvez confiem no mundo tumultuoso que estimulam. Num mundo hiper povoado de informações, todas parecidas, repetitivas, recorrentes, mesmas etc, penso que a pessoa sobre-assaltada de notícias termina por ter o seu espirito crítico vencido pelo cansaço e aceita por fim o que já antes queria aceitar.

Falo por mim. Como é penoso me manter bem informado. Penoso e parcialmente impossível. São tantos jornais, canais de tv, youtubers e blogs.. Quem vai lavar a louça enquanto eu leio notícias?

No Brasil, Messias se vale do mesmo. Aposta na confusão para sair ileso. Os prováveis crimes dele e de seus filhos vão ficando esquecidos como se fossem um passado distante e que nada influencia na vida presente dos brasileiros. A tecnologia de comunicação, disponibilizada por empresas indiferentes a verdade, favorece a hiper povoação de notícia. Cada um de nós, eu não menos, é um emissor de opinião.

Quem ouve a quem, no fim? No fim, creio, o barulho contemporâneo se equivale a um silêncio árido. “São tantas as luzes que nós acendemos / tantas as cores que nós fabricamos / que o mundo se é claro / já não sabemos / e se é obscuro, nós o negamos”. Verso de meu pai. Sugiro: “A voz da Lua”, Feline; cinema falado sobre o silêncio.

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Bom dia. Donald acusa a OMS de haver sido negligente ao ter se oposto a proibição de viagens para a China. A OMS pode ter errado, é verdade. Proibir viagens entre os EUA e a China foi a única ação da administração de Donald para conter a epidemia. Mas, diante do número de infectados, parece ter sido insuficiente. Donald passou 2 meses menosprezando o perigo – no que é imitado aqui pelo Messias torturador – e agora tenta culpar a OMS pela calamidade. Apoia-se em possível real equívoco daquela entidade para esconder os seus sucessivos e recorrentes erros ainda maiores. O nazifascismo internacional é uma máquina de reescrever a realidade. O fazem com a maior desfaçatez, dizendo hoje o oposto do que disseram ontem sem nem se preocuparem com o registro em áudio e imagem do que disseram. Eu me pergunto porque razão esses publicitários do fascismo não temem ser desmentidos pelos registros físicos de si mesmos se contradizendo? Talvez confiem no mundo tumultuoso que estimulam. Num mundo hiper povoado de informações, todas parecidas, repetitivas, recorrentes, mesmas etc, penso que a pessoa sobre-assaltada de notícias termina por ter o seu espirito crítico vencido pelo cansaço e aceita por fim o que já antes queria aceitar. Falo por min. Como é penoso me manter bem informado. Penoso e parcialmente impossível. São tantos jornais, canais de tv, youtubers e blogs.. Quem vai lavar a louça enquanto eu leio notícias? No Brasil, Messias se vale do mesmo. Aposta na confusão para sair ileso. Os prováveis crimes dele e de seus filhos vão ficando esquecidos como se fossem um passado distante e que nada influencia na vida presente dos brasileiros. A tecnologia de comunicação, disponibilizada por empresas indiferentes a verdade, favorece a hiper povoação de notícia. Cada um de nós, eu não menos, é um emissor de opinião. Quem ouve a quem, no fim? No fim, creio, o barulho contemporâneo se equivale a um silêncio árido. “São tantas as luzes que nós acendemos / tantas as cores que nós fabricamos / que o mundo se é claro / já não sabemos / e se é obscuro, nós o negamos”. Verso de meu pai. Sugiro: “A voz da Lua”, Feline; cinema falado sobre o silêncio. ?

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