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O nióbio, o grafeno, o biquíni… as “propostas de governo” de Bolsonaro são o que se esperava. Por Kiko Nogueira

Deus é pai

A participação de Jair Bolsonaro no programa de Mariana Godoy já entrou para o anedotário político nacional.

Bolsonaro se embananou numa pergunta sobre o “tripé macroeconômico”, admitindo que não entende patavina do assunto e dando uma resposta sem sentido sobre a infraestrutura dos militares.

Imagine o cidadão nos debates. Vai ser divertido.

Uma prévia do despreparo de Jair foi dada no programa de seu amigo Danilo Gentili em março, quando ele falou de algo remotamente parecido com propostas de governo.

Um site listou os grandes momentos da entrevista. Eis o pensamento vivo de JB:

Como presidente, você acha que o seu repertório tem que aumentar, tem que falar sobre economia?

Eu falo sobre economia, por exemplo, eu falo do nióbio, do grafeno, das riquezas do Vale do Ribeira. (…) Mais utilizado do que o nióbio só o grafeno. (…) Nós não podemos continuar permitindo uma exploração predatória do nióbio.

E a respeito dos outros assuntos, as pessoas vão te cobrar soluções para economia, emprego, saúde…

Muita coisa está ligada à violência (…) Vivendo num país inseguro como o nosso, você não tem turismo. (…) Precisamos dar um cavalo de pau na política de direitos humanos. (…) Precisamos acabar com o estatuto do desarmamento.

A gente está num momento em que o Brasil precisa de alguém que entenda de economia, de mercado, para tirar o Brasil disso. Você entende de economia?

Não, eu entendo muito pouco de economia. (…) Eu ainda não desperto confiança no sistema financeiro, tendo em vista o meu comportamento. Mas (…) tenho certeza que esse pessoal devagar vai cerrar pra cima de mim.

Mas você já tem um princípio de plano?

Isso ninguém tem, né?

Então me explica, por que alguém deve votar em Bolsonaro para presidente?

Eu sou uma pessoa autêntica. As minhas propostas podem ser até pior (sic), mas são completamente diferente (sic).

Quando você diz abrir o comércio, você está falando em quê exatamente?

Você tem que diminuir o tamanho do estado.

Eu sempre vejo você elogiando um lado bom na ditadura. Mas não foram os militares que ajudaram o estado brasileiro a ficar tão inchado?

Era outra época. (…) Naquela época a mulher não ia de biquíni pra praia.

O que garante que você não irá copiar alguns modelos do regime militar que você elogia?

Na Educação vai ser convidado um general que já tenha um comando de colégio militar.

Você tem muitos opositores, talvez uns 80, 90% de Brasília é opositor seu. Se você for presidente, como é possível governar com tanta oposição?

Nós vamos ter mais gente de direita no parlamento. (…) E eu acho que economia vai estar tão debilitada até lá (…) que teremos que partir do zero.

Kiko Nogueira

Diretor do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.

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Kiko Nogueira

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