O novo diretor da PF será o ‘quebra-galho’ de Ramagem? Por Fernando Brito

Atualizado em 4 de maio de 2020 às 10:47

PUBLICADO NO TIJOLAÇO

POR FERNANDO BRITO

Depois de ameaçar repetir a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal, suspensa pelo STF, Jair Bolsonaro optou pela nomeação do braço-direito do delegado-amigo, Rolando Alexandre de Souza, atualmente secretário de Planejamento da Agência Brasileira de Inteligência), comandada por Ramagem.

É evidente que se trata de uma burla, pois está claro que se trata de uma maneira de deixar que Alexandre Ramagem enfeixe Abin e PF sob sua direção. Independente da capacidade de Rolando – como era da de Ramagem – está claro que Bolsonaro terá o que quer: uma PF que se comunica diretamente com ele, ou, ao menos, via Ramagem.

Prepare-se para assistir a uma completa indisciplina na Polícia Federal, porque não serão poucos os superintendentes da gestão Valeixo-Moro que, sabendo das condições desejadas por Bolsonaro, recusem-se a dar fluxo às informações politicamente sensíveis. Outros, ao contrário, farão exatamente isso, para “cavar” a manutenção nos cargos.

Desde há alguns anos, está mais que clara a politização da PF, transformada em arma mortal da demolição (ou da proteção) de determinados agentes políticos. Agora, com o, na prática, preposto de Alexandre Ramagem – que segue esperando a hora de assumir diretamente o cargo – passa a ser, desde o seu comando, uma polícia política.