O “ódio” e as sabotagens de Alcolumbre contra a indicação de Messias ao STF

Atualizado em 21 de novembro de 2025 às 20:29
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Reprodução

Senadores e deputados que conversaram com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), relataram que ele demonstrou “ódio” após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Alcolumbre defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que foi preterido na escolha anunciada pelo governo. Com informações da Mônica Bergamo, na Folha.

Parlamentares afirmaram que Alcolumbre fez ligações a diversos integrantes da oposição para comentar a decisão presidencial. De acordo com relatos, ele afirmou que poderia romper a interlocução com o governo caso haja pressão intensa pela aprovação de Messias no plenário do Senado.

As informações compartilhadas por senadores, Alcolumbre tem buscado apoio entre oposicionistas para tentar barrar a indicação. Segundo esses parlamentares, ele declarou que só perderia a votação caso integrantes da oposição votem a favor de Messias, prática comum em nomeações para a Corte, que costumam receber votos de diferentes partidos.

O presidente Lula (PT) e o ministro da AGU, Jorge Messias, recém-indicado à uma vaga ao STF – Ricardo Stuckert/Divulgação PR

A rejeição de um indicado ao Supremo não ocorre desde 1894, quando cinco nomes enviados pelo governo Floriano Peixoto foram vetados. Interlocutores do governo Lula e do próprio Messias acompanham os movimentos no Senado, onde a votação é secreta e depende de articulação entre diferentes bancadas.

Cálculos mencionados por parlamentares próximos a Alcolumbre apontam que ele poderia reunir entre oito e dez votos alinhados diretamente às suas posições. Além disso, estimam que até 32 senadores da oposição poderiam apoiá-lo na tentativa de impedir a aprovação do indicado pelo Executivo.

As conversas ganharam intensidade nas horas seguintes ao anúncio de Lula. A disputa envolve a articulação do governo, os movimentos de Alcolumbre e os posicionamentos de lideranças partidárias, em um cenário ainda indefinido no Senado.