O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou nesta segunda (22) a inclusão de Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes, na lista de sanções da Lei Magnitsky, o que era um desejo antigo de figuras do bolsonarismo. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Paulo Figueiredo tiveram papel central na punição contra a advogada.
Segundo a coluna de Lauro Jardim no jornal O Globo, Eduardo e Figueiredo vinham subsidiando o governo americano, chefiado por Donald Trump, com informações sobre Viviane há mais de 40 dias. “Estão trabalhando pela sanção que queremos. Somente do Alexandre de Moraes e a esposa dele”, disse uma liderança do PL.
A medida visa atingir a “rede de apoio financeiro” de Moraes, segundo o governo americano, que acusa o ministro de usar o Lex Instituto de Estudos Jurídicos, ligado à sua família, para evitar as sanções financeiras, tornando difícil rastrear e bloquear os bens do ministro diretamente.
Em vídeo publicado nas redes após o anúncio da sanção, Eduardo afirmou que o “único remédio” para acabar com a articulação golpista contra autoridades brasileiras é a aprovação de uma anistia ampla. Ele ainda disse que “várias outras autoridades serão sancionadas hoje, ao longo do dia”.
Moraes também foi alvo da medida em julho. Na ocasião, o Departamento do Tesouro americano acusou o ministro de “usar sua posição para autorizar detenções preventivas arbitrárias e reprimir a liberdade de expressão”.
O anúncio ocorreu poucos dias após a condenação de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe e em meio a protestos contra a PEC da Blindagem e o projeto de anistia. Para Washington, a pressão externa busca influenciar decisões da Corte sobre regulação de plataformas digitais e acelerar a aprovação de uma anistia.
A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos começou em agosto, quando Trump anunciou um tarifaço contra produtos. Desde então, os EUA anunciaram sucessivas restrições de vistos e sanções financeiras contra ministros do STF e integrantes do governo Lula.