O governo do presidente Lula (PT) utilizou as redes sociais nesta quarta-feira (16) para ironizar a decisão dos Estados Unidos de abrir uma investigação comercial contra o Brasil, citando o sistema de pagamentos Pix como um dos alvos. A medida ocorre no contexto da taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente Donald Trump, com início previsto para 1º de agosto.
Entre os temas investigados também estão supostos bloqueios a redes sociais e até o fluxo comercial da Rua 25 de Março, em São Paulo. Na publicação, o perfil oficial do governo afirmou: “O Pix é nosso, my friend”, com uma arte acompanhada da frase em inglês.
O texto reforça a soberania nacional sobre o sistema de pagamentos criado pelo Banco Central em 2020. “Parece que nosso Pix vem causando um ciúme danado lá fora, viu? Tem até carta reclamando da existência do nosso sistema seguro, sigiloso e sem taxas”, escreveu o governo, em referência ao ofício assinado por Jamieson Greer, representante comercial da gestão Trump.
Ainda na publicação, o governo sublinha que o Pix já conta com mais de 175 milhões de usuários e é o meio de pagamento mais utilizado no país. A resposta termina em tom assertivo: “Nada de mexer com o que tá funcionando, ok?”.
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A escalada de tensões teve início com a decisão de Washington de taxar em 50% os produtos exportados pelo Brasil aos EUA, como retaliação por práticas consideradas “prejudiciais” às empresas americanas.
Segundo o comunicado emitido por Greer, a investigação abrange “ataques do Brasil às empresas americanas de redes sociais”, alegando que elas foram punidas por não moderar discursos políticos, além de práticas que supostamente desfavorecem companhias de pagamentos eletrônicos dos Estados Unidos.
O Pix é citado diretamente como exemplo dessas práticas. A acusação envolve restrições à atuação de empresas estrangeiras e preferência por soluções locais, como o sistema brasileiro. O representante comercial dos EUA afirmou que as investigações foram ordenadas diretamente por Trump, com o objetivo de proteger “trabalhadores, agricultores e inovadores” norte-americanos.
Desde que foi lançado, em novembro de 2020, o Pix revolucionou os pagamentos no Brasil. De acordo com o Banco Central, só no dia 6 de junho de 2025 foram realizadas quase 280 milhões de transações, movimentando R$ 135,6 bilhões, o quarto maior volume diário já registrado. O recorde anterior havia ocorrido em dezembro de 2024, com R$ 162,9 bilhões em um único dia.