O plano do Centrão para manter Bolsonaro inelegível e lançar Tarcísio à Presidência

Atualizado em 17 de setembro de 2025 às 9:36
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foto: Reprodução

O Centrão já definiu sua jogada para 2026: manter Jair Bolsonaro (PL) fora da disputa presidencial e abrir caminho para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), conforme informações do blog de Andréia Sadi, do G1.

A estratégia combina duas frentes no Congresso, com a aprovação da chamada PEC da blindagem e uma anistia “calibrada” aos golpistas de 8 de janeiro.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), só retomou o comando da Casa após um acordo com líderes do Centrão. O combinado foi avançar com pautas de interesse, como a PEC da blindagem, que amplia a proteção dos parlamentares contra investigações e processos. Em contrapartida, Motta prometeu aos bolsonaristas levar ao plenário, ainda neste ano, a discussão sobre a anistia.

Bolsonaro fora do jogo e terreno livre para Tarcísio

Enquanto os aliados de Bolsonaro exigem uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, o Centrão trabalha com um texto bem mais modesto: redução de penas. A justificativa é pragmática — uma anistia total não passaria no Senado e seria barrada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Já a versão mais “light” teria condições de avançar sem gerar atrito jurídico.

Mas há um detalhe essencial nesse arranjo: o ex-capitão até seria beneficiado, mas sua inelegibilidade não seria revertida. Em outras palavras, Bolsonaro poderia ter a pena diminuída, mas continuaria fora do jogo eleitoral.

É nesse ponto que o tabuleiro se revela. O Centrão não deseja Bolsonaro como candidato em 2026. O plano é criar espaço político para Tarcísio de Freitas, nome considerado ideal para unir a direita de forma competitiva e sem os desgastes que cercam o ex-presidente.

Assim, o combo político se resume a dois movimentos: garantir blindagem parlamentar para os atuais deputados e senadores e oferecer uma anistia controlada, que agrade parcialmente aos bolsonaristas, mas mantenha Jair Bolsonaro inelegível.

Plenário da Câmara dos Deputados no dia de votação da PEC da Blindagem. Foto: Kayo Magalhães