O “Plano Nacional de Esculhambação”. Por Fernando Brito

Atualizado em 14 de janeiro de 2021 às 13:14
Pazuello e Doria. Foto: Wikimedia Commons

Originalmente publicado em TIJOLAÇO

Por Fernando Brito

A “corrida maluca” da vacinação contra a Covid-19, depois que o governo federal saiu de seu longo período de “para que a angústia?” prossegue com lances dignos de uma mórbida comédia pastelão.

O pedidos de licença emergencial, tanto da Coronavac/Butantan quando da Astrazêneca/Fiocruz poderiam ter sido apresentado bem antes e não o foram porque as duas instituições científicas se meteram em um jogo de gato e rato.

No melhor estilo espetaculoso, a Anvisa vai transformar o que deveria ser uma reunião técnica num espetáculo televisionado, pestes para animar a torcida: “vai, Oxford; Cuidado, Sinovac, não descuida da defesa, etc” com todos se movimentando para conseguir o “gol” e se cuidando para não receber “cartão amarelo” (adiamento) ou “vermelho” (recusa de registro).

Enquanto isso, a “torcida bolsonarista” e a antibolsonarista agitam suas bandeiras nas arquibancadas das redes sociais…

Os dois “cartolas” – Eduardo Pazuello e João Doria – correm atrás da bola: o paulista tem a vantagem de ter oito milhões delas em seu depósito, mas o general manda um avião a jato buscar correndo a pelota indiana, para ver quem chuta primeiro quando o juiz apitar.

Ah, sim, mas as bolas do depósito paulista agora são do outro time. Então, além do apito inicial poder ser dado só para um lado, o time federal pode dizer que as bolas Coronavac são suas e não podem ser tocadas.

Francamente, quem pensasse num espetáculo deprimente não conseguiria chegar a imaginar o absurdo que estamos vivendo.

Só tem mesmo paralelo com um jogo de moleques.