O poder das milícias. Por Moisés Mendes

Atualizado em 9 de junho de 2019 às 11:07
Ronnie Lessa, denunciado por matar Marielle, e os fuzis apreendidos na casa de um amigo, almoxarife do crime organizado

PUBLICADO ORIGINALMENTE NO BLOG DO AUTOR.

Está solto desde o início da noite e pode ser visto em algum bar do Rio neste momento o homem que guardava em casa 117 fuzis que pertenciam a Ronnie Lessa, o assassino de Marielle e vizinho de Bolsonaro na Barra da Tijuca.

Alexandre Motta de Souza teve a prisão preventiva revogada por decisão da juíza Alessandra Bilac, da 40ª Vara Criminal do Rio.

O argumento é de uma singeleza comovente: Lessa recebeu caixas pesadas de um miliciano, sabendo que escondia algo suspeito, mas não sabia do que se tratava.

O guardião das caixas poderia achar que aquilo era uma carga gigantesca de chocolate, sabão em pó ou até de cigarro da brava indústria fumageira nacional protegida ferozmente por Sergio Moro.

Mas nunca imaginaria que seriam fuzis. Nunca.

Um miliciano que todo mundo sabia que matava por encomenda e que matou Marielle (e quem mandou matar?) descarrega uma carga pesada na casa do amigo e o amigo acha que está armazenando coisas inocentes.

Mais um cúmplice de milicianos está solto. E Lula está preso.