O problema não é só Neymar, mas as 500 pessoas que aceitaram convite para sambar sobre os mortos por covid-19

Atualizado em 27 de dezembro de 2020 às 15:22
Neymar e seus “parças”

O problema não é apenas Neymar fazer uma festa para 500 convidados, com duração de cinco dias, em plena pandemia.

O problema é quem topa participar disso, aceitando não levar celular para não gerar repercussão negativa para o jogador (como se fosse esse o escândalo e não a celebração em si).

O problema é a prefeitura de Mangaratiba, no RJ, que instalou barreiras sanitárias em pontos estratégicos para evitar a contaminação, autorizar a palhaçada.

Como no “Orient Express”, de Agatha Christie, são todos culpados.

O “Neymarpalooza” contará com show de Léo Santana, Ludmila, Grupo Menos é Mais, Harmonia do Samba e Wesley Safadão, entre outros.

Alexandre Pires, Kevinho, Bruninho e David e Jeito Moleque também marcarão presença, diz o colunista Léo Dias.

Esse bando não tem vergonha na cara? É medo de contrariar um sujeito poderoso e perder grana?

Nenhum patrocinador de Neymar se manifestou. Todos eles são cúmplices.

A mansão alugada custa R$ 6 mil por dia e terá uma boate com isolamento acústico. Dinheiro de pinga para o craque.

O Brasil marca, neste momento, 190.795 mortes e 7.465.806 casos.

Quatro pessoas da mesma família morreram em dezembro vítimas do novo coronavírus em Sapucaia, no Sul do Rio de Janeiro: mãe e três filhos.

O pai, Luiz Cláudio Soares, está internado na UTI de um hospital público.

Neymar não é obrigado a saber dos Soares.

Neymar não é obrigado a saber dos funcionários que lhe servirão champanhe, bem como aos demais imbecis, e que não terão condições de custear o tratamento médico depois de infectados.

Neymar não é obrigado a saber de ninguém, a não ser de si mesmo.

O Menino Ney tem que se divertir com seus parças, nem que seja sobre uma pilha de cadáveres. Ousadia com alegria.