O deputado Eduardo Bolsonaro (SP) avalia deixar o PL em meio a disputas internas e questionamentos sobre recursos partidários. O deputado federal, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, tem alegado insatisfação com a falta de estrutura de comunicação para manter sua articulação política internacional.
Segundo o blog da Andréia Sadi no g1, líderes do PL afirmam nos bastidores que o verdadeiro motivo seria o acesso ao financiamento interno do partido. Uma das principais queixas de Eduardo seria o espaço ocupado por Michelle Bolsonaro no comando do PL Mulher.
Com recursos garantidos, a frente feminina tem promovido eventos pelo país, o que, segundo aliados de Valdemar da Costa Neto, tornou-se um dos braços mais fortes da legenda. Para o grupo, a crítica de Eduardo não procede, já que ele se encontra fora do Brasil e, portanto, distante das bases eleitorais.
Eduardo tem ventilado a possibilidade de deixar o PL levando consigo cerca de 30 deputados. Porém, líderes da legenda consideram a estimativa exagerada, chegando a ironizar o número mencionado pelo filho do ex-presidente.
Eles lembram que o deputado enfrenta processos na Procuradoria-Geral da República (PGR) e no Conselho de Ética, fatores que fragilizam ainda mais sua posição. Mesmo assim, a ala mais radical do partido tem incentivado Eduardo a buscar outro espaço político.
O parlamentar acredita que precisa se consolidar como sucessor do pai, mas não encontra no PL a autonomia que deseja. Essa avaliação o teria levado a cogitar alternativas fora da legenda. O PRTB aparece como uma das opções para um possível desembarque. Apesar disso, parlamentares próximos acreditam que se trata mais de uma estratégia de pressão do que de um movimento real.
O temor de perder a blindagem política oferecida pela liderança do PL na Câmara pesa contra uma ruptura imediata. O atual líder do partido na Casa, Sóstenes Cavalcante, é apontado como um dos principais responsáveis por proteger Eduardo de desgastes mais graves. Sua saída colocaria em risco a sustentação do mandato, especialmente diante das denúncias que enfrenta por sua atuação internacional.
A direção do PL já sinalizou ao ex-presidente Jair Bolsonaro que não pretende intervir mais no comportamento do filho 03. Segundo interlocutores, lideranças enviaram recados sugerindo que a própria família tente conter Eduardo, já que o partido desistiu de enquadrá-lo.