O PSDB não resolve sua guerra de facções e ainda aponta a ‘solução parlamentarista’ para o país. Por Kiko Nogueira

Atualizado em 23 de agosto de 2017 às 19:06
Mais amor e menos confiança

O golpe do parlamentarismo ou semipresidencialismo que o PSDB quer aplicar tem um motivo óbvio: Lula.

Depois de perder as última quatro eleições presidenciais e de chegar ao poder na esteira de um golpe que instalou no poder uma quadrilha de velhos homens brancos, os tucanos descobriram o remédio para os males nacionais.

Sem candidato para 2018 — o mais cotado é João Doria, que não consegue tapar buraco de rua na prefeitura que não ocupa —, resta esse tipo de malandragem.

A pregação também conta com estadistas do calibre de Michel Temer e Rodrigo Maia, além do primeiro ministro de fato do Brasil, Gilmar Mendes.

Noves fora a empulhação de uma solução mágica que já foi negada duas vezes em plebiscito, em 1963 e 1993, como pode um partido que não resolve os problemas em seu quintal se arvorar em oferecer soluções para um país?

Como pode FHC, que não controla seus meninos, dar pitacos para a nação?

Tasso Jereissati e Aécio Neves estão em pé de guerra pelo comando da sigla.

“Não precisa pressionar pela minha saída. Esse é um gesto unilateral do Aécio. Se ele quiser reassumir o comando do partido, é um direito dele. Agora, da minha parte, não vou arredar o pé”, falou Tasso.

Os ministros no governo Temer desejam ver o cearense pelas costas, mas a ala dos “cabeças pretas” o preferem num mandato tampão até dezembro, quando ocorre a convenção nacional.

O programa de TV com a famosa “autocrítica” provocou uma bateção de cabeça sem fim.

O diretório municipal de São Paulo enviou nota dura contra Aécio. “Prove sua inocência, senador, e aí sim retorne ao partido”, pediam.

Na briga de foice pela cadeira de Tasso estão ainda o senador Flexa Ribeiro (PA) e os deputados Giuseppe Vecci (GO), Carlos Sampaio (SP) e Mariana Carvalho (RO), além do ex-governador Alberto Goldman e dos ministros Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades).

O governador de Goiás Marconi Perillo é o preferido de Aécio. Doria se declarou favorável à ideia. Perillo pediu R$ 50 milhões de propina, ‘do tamanho da presença da Odebrecht em Goiás’, de acordo com delator.

Sem identidade e sem rumo, o PSDB é uma agremiação fisiológica tanto quanto sua alma gêmea, o PMDB.

Um grupo de caciques totalmente perdidos e em guerra de facções é a maior propaganda contra o que está sendo vendido. A chamada pedagogia reversa.

Você compraria o parlamentarismo dessa gente?