Quem dá mais pela virgindade de Rebeca?

Atualizado em 3 de janeiro de 2013 às 9:24

Leiloar o primeiro sexo foi a saída encontrada por ela para sustentar a mãe entrevada

Rebeca, de Sapeaçu

E eis que a CNN dá destaque ao Brasil neste começo de 2013.

Não para, como a Economist ou o Financial Times, dar sermões solenemente ocos sobre a política econômica brasileira.

Mas para anunciar a segunda virgem brasileira que põe à venda sua castidade.

Rebeca Bernardo Ribeiro, 18 anos, é a estrela da reportagem da CNN, que se deslocou até a pobreza intocada de Sapeaçu, a 150 km de Salvador, para ouvir a leiloadora. Um olhar para ela e você vê uma personagem de Jorge Amado, uma Dona Flor na adolescência.

A inspiração de Rebeca veio da catarinense que ganhou notoriedade, em 2012, ao negociar sua primeira vez.

Rebeca viu no YouTube o vídeo de sua inspiradora, e decidiu fazer o mesmo. Colocou-se à venda no YouTube.

A catarinense e a baiana se parecem na venda, e na beleza jovem e atrevida, mas no mais são diferentes. A primeira é bem cuidada, bem vestida. A segunda é filha do agreste nordestino.

Rebeca decidiu leiloar a virgindade por achar que é a melhor maneira de conseguir recursos para cuidar da mãe, de 50 anos, confinada a uma cama depois de um AVC.

A mãe disse à CNN estar horrorizada. Preferia que a filha arrumasse um emprego, mas todos sabemos que tipo de remuneração Rebeca poderia ter numa empresa local com uma formação escolar precária como a dela.

Rebeca não teve a sorte de nascer na Finlândia, onde é garantido a todos as crianças o mesmo ensino, seja você filho do premiê ou do lixeiro, além de refeição, dentista e médico nas escolas – gratuitas, naturalmente.

Rebeca diz que, até aqui, a melhor oferta que recebeu foi de 70 mil reais. É possível que a celebridade trazida pela CNN eleve rapidamente esta quantia.

Rebeca tem que correr. O tempo trabalha contra a graça natural de mulheres contra ela, para as quais não existe dinheiro para cremes, xampus, maquilagem, vestidos, calcinhas, ou, muito menos, para plásticas.

Alguém dá mais?