O que acontece no Equador, que declarou estado de emergência após fuga de líder de facção

Atualizado em 9 de janeiro de 2024 às 18:30
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Diante do aumento da violência em presídios, o presidente do Equador, Daniel Noboa, proclamou estado de emergência por 60 dias.

Este anúncio segue após o desaparecimento de Adolfo Macías, líder da facção Los Choneros, de uma prisão onde cumpria 34 anos de reclusão, noticiado no domingo (7/1). Na segunda-feira (8/1), motins eclodiram em seis penitenciárias, incluindo relatos de guardas sendo feitos reféns e o sequestro de quatro policiais.

Noboa, presidente desde novembro, afirmou via redes sociais que não negociará com “terroristas” e ordenou ação militar e policial para controlar as prisões. Um toque de recolher foi imposto nas cidades, das 23h às 5h.

Antes de decretar a emergência, Noboa já havia mobilizado 3 mil agentes para recapturar Macías, envolvido em diversos episódios violentos nas prisões, incluindo a execução de 79 presos em 2021.

Com a decisão de Noboa, a polícia terá o apoio das forças militares para manutenção da ordem e da segurança, inclusive dentro das prisões.

Nesta terça, 9, pistoleiros invadiram uma universidade de Guayaquil, no Equador. Imagens publicadas nas redes sociais mostraram uma multidão correndo desesperada pelo campus.

A fuga de Macías teria ocorrido após saber da transferência para uma prisão de segurança máxima. Ele também é suspeito de planejar o assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à presidência.

Macías desafia as autoridades, evidenciado por um videoclipe gravado na prisão, onde sua filha o exalta. A gravação sugere que ele tinha acesso a dispositivos eletrônicos, violando a lei equatoriana. A polícia não confirmou sua fuga, mas investiga a prisão.

Esta não é a primeira vez que Macías foge; em 2013, ele escapou de La Roca. Meses depois, foi recapturado com seu irmão em Manta.

Governos anteriores do Equador também declararam estados de emergência, mas sem resolver a crise carcerária. Desde 2021, mais de 400 mortes foram registradas em prisões equatorianas devido a confrontos entre facções. O plano de segurança de Noboa inclui uma nova unidade de inteligência, armas táticas e a utilização de navios-prisão para detentos perigosos.

Homens armados e com os rostos escondidos invadiram os estúdios do canal de TV estatal TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira (9). Eles afirmaram que tinha bombas, e sons semelhantes aos de disparos foram ouvidos.