Publicado originalmente no “Blog do Moisés Mendes”
A questão deixou de ser o que é falso ou verdadeiro nos tik toks, Twitters e Facebooks da vida.
Não se sabe mais quem é verdadeiro ou falso na vida cotidiana, entre parentes, amigos, conhecidos, vizinhos e colegas de trabalho.
Todos nós temos amigos que não reconhecem mais nenhum afeto em irmãos e irmãs.
Hoje, um parente militante ativo do fascismo pode ser tão assustador para uma família quanto um torturador foi na ditadura.
As famílias estão dormindo com fascistas no quarto ao lado. E muitos estão armados.
O TERROR AVANÇA
Quanto mais ameaçar com um golpe contra o Supremo, quanto mais repetir que odeia gays, quanto mais informarem que o sujeito é canibal, quanto mais lavagem de dinheiro, quanto mais ele andar de moto e jet ski, quanto maior for o terror, mais o canibal se fortalece.
É assim que funciona o terror. A nossa realidade é hoje mais absurda do que a pior, a mais esdrúxula e mais improvável série do Netflix.
Estamos diante da possibilidade real de viver o que sempre observamos como espectadores nos países dos outros.
É muito mais do que ditadura e autoritarismo. É o fascismo misturado ao nazismo, sem disfarces. Não é exagero, não é simplificação. Nada mais é exagero no Brasil. Não há exagero no horror.
A ditadura iniciada em 64 pode ser multiplicada várias vezes. Com os cúmplices do fascismo no entorno de todos nós.
O CANIBAL
Quem come ou deseja comer carne humana é ou quer ser canibal.
Mas o TSE decidiu que a propaganda de Lula na TV não pode ligar o fascista a canibalismo.
Porque ele estava se referindo especificamente a um ritual, durante visita ao povo Yanomami de Surucucu.
Bolsonaro pode dizer que desejava comer a carne de um indígena. Mas o PT não pode concluir que ele tenha desejado comer carne humana, e por isso não há como dizer que ele desejou ser canibal.
Carne de indígena e carne humana. Entenderam? Bolsonaro acha que não são a mesma coisa.
E parece que a tese do sujeito prevaleceu.
SABOTAGEM
O Facebook está sabotando todos os textos que tenham a palavra canibal.
O Facebook deve concordar com a tese do canibal.