O que Damares disse após visita a Bolsonaro

Atualizado em 1 de setembro de 2025 às 14:43
A senadora Damares Alves. Foto: reprodução

Após uma visita de duas horas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) revelou, nesta segunda-feira (1º), que Bolsonaro se encontra “sereno” em sua prisão domiciliar. A visita foi uma oportunidade para os dois conversarem e orarem juntos. De acordo com a senadora, o ex-presidente, que enfrenta problemas de saúde, também expressou preocupação pela sua condição.

Damares evitou entrar em detalhes sobre o encontro, limitando-se a afirmar que a conversa foi leve e que eles compartilharam momentos de oração. “Ele também queria muito me ver por conta da minha saúde”, disse a senadora, que atualmente enfrenta um diagnóstico de câncer. A visita, que durou cerca de duas horas, aconteceu na residência de Bolsonaro, localizada em um condomínio no Distrito Federal.

A senadora, apesar de ser orientada a ter seu veículo revistado, conseguiu deixar o local sem passar pela revista da Polícia Penal, uma exigência do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O motivo foi que seu carro não entrou na garagem de Bolsonaro. O motorista deixou Damares na porta da casa e seguiu para outro ponto do condomínio, aguardando a senadora.

Após a visita, Bolsonaro fez questão de acompanhar Damares até a porta da residência, uma atitude que, segundo fontes, visava mostrar publicamente que ele retornaria para o interior de sua casa, em respeito à determinação judicial.

Durante o encontro, Bolsonaro e Damares compartilharam risadas e orações. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também esteve presente, e, segundo relatos, serviu bolo à senadora. Apesar de poder ficar até às 18h, Damares não permaneceu para o almoço, pois tinha outros compromissos agendados.

O ex-presidente Jair Bolsonaro em casa, em Brasília, após o ministro Alexandre de Moraes determinar policiamento constante em frente a sua residência. Foto: Gabriela Biló/Folhapress

Terça ele não vai

A saúde debilitada do político é um dos principais argumentos usados por seus aliados para justificar a permanência em prisão domiciliar, que pode ser mandado a um presídio nas próximas semanas. Ele sofre de crises de soluços e vômitos causadas por uma esofagite, o que limitaria suas capacidades de comparecer pessoalmente ao STF no julgamento da trama golpista, que está marcado para começar nesta terça-feira (2).

Com base nas orientações médicas, familiares e advogados de Bolsonaro recomendam que ele acompanhe o julgamento de maneira remota, respeitando as limitações impostas por sua saúde. No entanto, alguns aliados próximos indicam que o ex-presidente pode decidir comparecer ao STF pessoalmente como uma forma de demonstrar força para sua base militante.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) expressou seu apoio a Bolsonaro, mas afirmou que não se inscreverá para representá-lo na sessão. “Vou acompanhar o julgamento do Senado, sabendo que o relator já prejulgou a ação. Bolsonaro tem o meu apoio e a minha solidariedade. Acredito que a única opção de mudarmos o jogo é no parlamento com a anistia”, disse Marinho.

Na Câmara, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), deve propor que a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro seja colocada em pauta na reunião de líderes. Contudo, essa proposta enfrenta resistência de partidos de centro e esquerda, que têm se mostrado contrários a discutir o tema neste momento.

Após a visita ao pai, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou a situação de saúde do ex-presidente, destacando a gravidade do momento.

“Está magro, não tem vontade de se alimentar e segue enfrentando intermináveis crises de soluço e vômitos. Dói demais ver tudo isso, mas sinto como obrigação compartilhar um pouco da realidade do momento com todos que estão sofrendo junto conosco”, afirmou o vereador.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.