O que dizem aliados de Lula sobre a indicação de Messias ao STF

Atualizado em 16 de outubro de 2025 às 10:35
O presidente Lula (PT) e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. Foto: Reprodução

Aliados do presidente Lula (PT) afirmam que a provável indicação do ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF) tem como principal objetivo trazer mais equilíbrio à Corte, conforme informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Segundo interlocutores do Planalto, Lula já bateu o martelo e deve oficializar o nome do advogado nos próximos dias.

De acordo com aliados do governo, a escolha de Messias foi guiada por um cálculo político interno. O presidente avaliou que a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) — também cotado para o cargo — poderia reforçar o poder de um grupo de ministros já muito influente no STF, formado por Gilmar Mendes, Flávio Dino e Alexandre de Moraes.

A presença de Pacheco, segundo essa leitura, criaria um quarteto alinhado que concentraria influência excessiva nas decisões da Corte. A opção por Messias, portanto, busca preservar o equilíbrio institucional.

Sessão do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução

Leal e combativo

Aliados do chefe da AGU também vêm trabalhando para reverter a imagem de conservadorismo atribuída a Messias por setores da esquerda, devido ao fato de ele ser evangélico. Segundo auxiliares próximos, ele separa suas convicções pessoais das decisões técnicas e constitucionais, demonstrando independência em temas sensíveis.

Um exemplo citado é o pedido feito pela AGU ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) no início de outubro, solicitando mais prazo para a regulamentação do uso medicinal da maconha. A medida, vista como técnica e não ideológica, foi interpretada como um indicativo de que Messias atua com base em critérios jurídicos, e não religiosos.

Dentro do governo, Messias é considerado um dos quadros mais leais e combativos de Lula. Ele participou ativamente da transição presidencial e teve papel central na reorganização da Esplanada dos Ministérios, ajudando na redação de decretos e na estruturação da nova administração.