O que dizem ministros do STF sobre guerra de Alcolumbre por indicação

Atualizado em 28 de novembro de 2025 às 16:14
Lula e Davi Alcolumbre (União-AP). Foto: Breno Esaki/Metrópoles

Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que atuam nos bastidores para ajudar a aprovação de Jorge Messias no Senado afirmam que a disputa em torno da indicação não é institucional, mas política. Eles avaliam que a guerra não diz respeito à Corte, mas a Lula e Davi Alcolumbre (União-AP).

Segundo a coluna de Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo, esses ministros avaliam que Alcolumbre trava uma disputa que vai além da preferência por Rodrigo Pacheco para a vaga. O conflito envolve a tentativa de medir forças sobre quem controla mais os “negócios de Estado”.

Integrantes da Corte avaliam que entrar nessa batalha significaria dar ao STF um papel que não é seu. Para a maioria, trata-se de uma disputa com impacto partidário: se Lula for derrotado nessa votação, terá de abrir ainda mais espaço ao Centrão no governo, fragilizando o Executivo às vésperas do ano eleitoral.

Por isso, ministros têm dialogado reservadamente com senadores para frisar que Messias não carrega acusações ou impedimentos. André Mendonça, Kassio Nunes, Cristiano Zanin, Gilmar Mendes e Dias Toffoli têm repetido que não há restrições ao currículo do indicado e, do ponto de vista técnico, nenhuma razão para rejeitá-lo.

Jorge Messias. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A leitura no STF é de que Messias é qualificado e que a resistência a seu nome reflete exclusivamente a estratégia política de Alcolumbre. Para os ministros, não faria sentido o Judiciário alimentar uma crise maior para o governo Lula.

Messias, por sua vez, segue fazendo corpo a corpo no Senado para tentar reverter o cenário. Ele tenta neutralizar a articulação de Alcolumbre, que controla a Comissão de Constituição e Justiça e tem trabalhado para inviabilizar sua aprovação.

O indicado também buscou aproximação com membros do Supremo. Telefonou, inclusive, para Alexandre de Moraes, que preferia Rodrigo Pacheco, na tentativa de suavizar resistências e mostrar alinhamento institucional.

Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.