
Internado em Brasília no Hospital DF Star, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi diagnosticado com esofagite após passar por uma endoscopia. O boletim médico divulgado pela equipe do hospital descreve um quadro de inflamação intensa no esôfago, condição que provoca sintomas como queimação, dificuldade para engolir e dor no peito.
Segundo os médicos, Bolsonaro terá de manter repouso absoluto durante todo o mês de julho, além de adotar dieta restrita e moderar o uso da voz. Aos 69 anos, ele se enquadra no perfil de risco para a doença, mais frequente entre homens idosos.
Não há ainda confirmação que o quadro atual do ex-presidente possa estar relacionado à facada que sofreu em 2018, que o levou a diversos problemas cirúrgicos nos últimos anos.
O que é esofagite?
A esofagite é uma inflamação que atinge o tubo responsável por conduzir o alimento da boca até o estômago. A condição pode ser causada por refluxo gástrico, alergias alimentares, infecções ou até mesmo por uso inadequado de medicamentos. Em casos mais graves, pode levar ao estreitamento do esôfago.
De acordo com a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), o diagnóstico é feito por meio de endoscopia digestiva alta e, quando identificada precocemente, apresenta boas chances de tratamento, que inclui medicamentos anti-inflamatórios e mudanças na alimentação.
Outro caso que chamou atenção recentemente foi o do cantor João Gustavo, irmão de Marília Mendonça. Em 2022, ele anunciou o afastamento dos palcos devido a um quadro de depressão associado à esofagite aguda. Segundo sua equipe, a perda da irmã em 2021 e de um tio desencadeou uma carga emocional intensa, afetando diretamente sua saúde física e mental.
“Foi uma decisão muito difícil, mas necessária. A saúde vem em primeiro lugar”, informou o comunicado divulgado nas redes sociais. João Gustavo tinha 25 anos e se apresentava regularmente com o duo Dom Vittor & Gustavo quando fez a pausa na carreira.

A doença pode ser dividida em quatro tipos: por refluxo, eosinofílica, infecciosa e medicamentosa. A forma mais comum é a provocada pelo refluxo gastroesofágico, em que os ácidos do estômago retornam ao esôfago e danificam sua mucosa.
A eosinofílica ocorre por reação alérgica; a infecciosa, por ação de vírus, fungos ou bactérias; e a medicamentosa, quando comprimidos em contato prolongado com o esôfago causam lesões.
Fatores como obesidade, tabagismo, gravidez e hérnia de hiato também aumentam o risco. Em todos os casos, o tratamento envolve controle da inflamação e da causa subjacente, com possibilidade de cirurgia nos casos mais extremos.