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O que esperamos de Guardiola no City. Por Scott Moore, de Londres

O último romântico no futebol: Guardiola

Ladies & Gentlemen:

Festa para nós, torcedores do Man City. A notícia da contratação de Guardiola merece rojões.

Guardiola é o último romântico do futebol. É um técnico que joga para a frente. Que privilegia o talento sobre a força. Que obriga até os goleiros a saber trocar passes. Que valoriza a beleza no futebol.

Em suma: ele é o oposto dos técnicos que infestam nossa Premier League e o Campeonato Brasileiro de vocês.

Considerem o finado Mourinho. O Chelsea, com um time formado por astros de seleções de todo o mundo, jogava (e joga) um futebol detestável.

Van Gaal, no United, é a mesma coisa. Ver o United é um suplício. E assim vai: o Arsenal, de Arsene Wenger, é mais um pesadelo.

E então se forma o grande constraste de nosso futebol: temos estádios lindos, sempre lotados, temos gramados espetaculares – e jogos péssimos.

Guardiola é nossa esperança de acabar com esse paradoxo cruel.

Algum tempo atrás, conversava em nosso pub em Parsons Green com Boss. A conversa foi dar, como sempre, em futebol. Especificamente, em Guardiola.

“Como eu gostaria que o treinador da seleção brasileira fosse o Guardiola”, disse Boss. “Seria a única pessoa no mundo capaz de devolver o espírito ousado, arrebatador, artístico do futebol brasileiro.”

“Eu queria era ver no meu time”, respondi.

Mesmo Chrissie, minha neurastênica mulher que adora discordar de mim em qualquer coisa, concordaria em que Guardiola seria o melhor nome para o nosso City.

E eis que meu sonho se torna realidade.

Temos um grande time hoje, e é evidente que os donos árabes reforçarão ainda mais o elenco.

Quem sabe Messi? É um sonho, mas Guardiola também era.

O certo é que temos uma perspectiva de revolução na Premier League, com a chegada de Guardiola.

Boss me ligou assim que soube da notícia.

“Te invejo, Scott.”

“Eu também te invejaria, Boss.”

E agora com licença que vou tomar uma pint para comemorar a chegada de Guardiola, o Bom Careca. (Nota da tradutora: “The Good Bald”, no original.”

Sincerely.

Scott

Tradução: Erika Kazumi Nakamura

Scott Moore

Aos 53 anos, o jornalista inglês Scott Moore passou toda a sua vida adulta amargurado com o jejum do Manchester City, seu amado time, na Premier League. Para piorar o ressentimento, ele ainda precisou assistir ao rival United conquistando 12 títulos neste período de seca. Revigorado com a vitória dos Blues nesta temporada, depois de 44 anos na fila, Scott voltou a acreditar no futebol e agora traz sua paixão às páginas do Diário.

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Scott Moore

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