O que Lula e Barroso conversaram em jantar de despedida no Alvorada

Atualizado em 18 de outubro de 2025 às 20:15
Presidente Lula e Luís Roberto Barroso. Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o ministro Luís Roberto Barroso para um jantar de despedida no Palácio da Alvorada na noite desta sexta-feira (17), véspera da aposentadoria do magistrado. Durante mais de duas horas de conversa, os dois trataram da sucessão no Supremo Tribunal Federal (STF), da presença de mulheres no Judiciário e de temas políticos. Com informações da Folha.

Segundo relatos de integrantes do governo, Lula perguntou a opinião de Barroso sobre os três nomes cotados para a vaga: o advogado-geral da União, Jorge Messias; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG); e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. O agora ministro aposentado respondeu que os três são “preparados” para o cargo.

De acordo com fontes do Planalto, Lula já teria decidido indicar Jorge Messias, considerado seu favorito, mas quis ouvir Barroso antes de oficializar a escolha. A nomeação deve ser publicada no início da próxima semana, e o indicado passará por sabatina e votação no Senado antes de assumir o posto.

Jorge Messias, advogado-Geral da União. Foto: reprodução

O jantar ocorreu no mesmo dia em que Barroso apresentou seu voto pela descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, em sessão do plenário virtual do STF. O voto foi o último ato do ministro antes de se aposentar, após 12 anos na Corte, para a qual foi indicado pela ex-presidenta Dilma Rousseff em 2013.

Interlocutores presentes afirmam que o encontro no Alvorada teve clima cordial e de amizade. Lula e Barroso também conversaram sobre a trajetória do ministro e sobre o papel do STF em momentos de tensão política. O presidente destacou a importância de preservar o equilíbrio institucional entre os Poderes.

A aposentadoria de Barroso abre a primeira vaga a ser preenchida por Lula neste mandato. Com a indicação de Messias, o presidente consolida a estratégia de fortalecer o núcleo jurídico de confiança do governo, que já conta com Flávio Dino, Cristiano Zanin e outros aliados no Supremo.